"Nós viemos a Portugal para reforçar os laços de amizade e cooperação entre os nossos dois países - Angola e Portugal. Nunca as relações entre os nossos dois países estiveram a um nível tão alto e o que pretendemos é trabalhar, no sentido de manter esse nível e se possível melhorar", disse João Lourenço que iniciou esta sexta-feira uma visita oficial de dois dias a Portugal, durante a qual são assinados vários instrumentos de cooperação bilateral.
O Presidente angolano João Lourenço afirmou, esta sexta-feira (25.07), que as relações entre Angola e Portugal nunca estiveram a um nível tão alto e que o objetivo é melhorar [a cooperação]. Antes da declaração de João Lourenço, o seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, realçou a excelência das relações entre os dois países, concluindo que ambos foram fiéis aos seus respetivos povos.
Excelência nas relações
"Nós viemos a Portugal para reforçar os laços de amizade e cooperação entre os nossos dois países - Angola e Portugal. Nunca as relações entre os nossos dois países estiveram a um nível tão alto e o que pretendemos é trabalhar, no sentido de manter esse nível e se possível melhorar", disse João Lourenço que iniciou esta sexta-feira uma visita oficial de dois dias a Portugal, durante a qual são assinados vários instrumentos de cooperação bilateral.
O chefe de Estado angolano falava durante a declaração à imprensa que proferiu após um encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, onde foi recebido com honras militares. Numa altura em que Rebelo de Sousa cumpre os últimos meses do seu mandato como chefe de Estado, João Lourenço recordou a amizade do Presidente português, que visitou Angola pelo menos sete vezes e em várias e distintas ocasiões, nomeadamente nas suas tomadas de posse, além de "visitas de Estado" e "de trabalho".
"Esteve presente no momento difícil para Angola e os angolanos, quando perdemos o Presidente José Eduardo dos Santos", recordou, afirmando que Marcelo Rebelo de Sousa é o chefe de Estado que mais vezes visitou Angola. Para João Lourenço, "isso é um sinal de consideração” e "mais do que isso, de amizade, entre países, mas sobretudo entre povos".
Lourenço adiantou: "Não podíamos deixar de fazer esta visita enquanto ele ainda é chefe de Estado, uma vez que sabemos que se aproxima o momento em que vai ter de passar a cadeira presidencial àquele que vier a ser eleito para o substituir".
O Presidente de Angola agradeceu o facto de Portugal lhe dar "a oportunidade de trabalhar a este nível cimeiro, com o Presidente da República”, assim como destacou "a oportunidade dos encontros que se seguiram com o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e com o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.
Fórum EurAfrican: palco de diálogo
João Lourenço também se congratulou com a oportunidade de participar este sábado num diálogo com Marcelo Rebelo de Sousa, na reta final do fórum EurAfrican em Cascais. Os dois chefes de Estado são as figuras de proa no "Diálogo entre Presidentes", no âmbito do EurAfrican Forum 2025, que decorre na Universidade NOVA School of Business and Economics.
"Vamos aproveitar a ocasião para falar não apenas das relações bilaterais entre os nossos dois países, mas também vamos falar das relações com o continente africano, uma vez que assumo neste momento a presidência da União Africana (UA)”, referiu João Lourenço, enfatizando temas que a todos inquieta como grandes desafios que o globo enfrenta este momento, nomeadamente nas áreas da segurança alimentar, segurança energética, paz e segurança.
João Lourenço chegou a Lisboa ao fim da tarde de quinta-feira. Após o encontro com Marcelo Rebelo de Sousa seguiu para a residência oficial do primeiro-ministro, onde se reuniu com Luís Montenegro, seguindo-se um almoço de trabalho.
Na parte da tarde, João Lourenço reúne-se com empresários portugueses, no Palácio das Necessidades, antes da assinatura de quatro instrumentos de cooperação bilateral e da visita à Assembleia da República, onde é recebido pelo presidente do Parlamento português, José Pedro Aguiar-Branco.
O Presidente angolano é o convidado de honra de um jantar oficial oferecido pelo homólogo português, no Palácio da Ajuda, reunindo-se, antes, na qualidade de presidente em exercício da UA, com o Grupo de Embaixadores Africanos acreditados em Lisboa.
E a Lei da Imigração?
Nas declarações à imprensa nenhum dos presidentes falou do tema da imigração que, nas últimas semanas, tem gerado muito debate e polémica. Antes da sua partida para Lisboa, João Lourenço admitiu haver algum incómodo em relação às novas regras introduzidas pelo Governo de Luís Montenegro na Lei de Estrangeiros, nomeadamente no que toca ao reagrupamento familiar, referindo que iria discutir o tema nas reuniões institucionais, em defesa dos angolanos e de todos os africanos, numa perspetiva da União Africana.
Herlander Napoleão, analista angolano, especialista em Relações Internacionais, disse à DW que as relações com Portugal não serão afetadas pela nova lei migratória, entretanto enviada esta quinta-feira ao Tribunal Constitucional (TC) para ser examinada “com caráter de urgência”.
A Semana com DW/Lusa
Terms & Conditions
Report
My comments