quarta-feira, 25 junho 2025

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Guerra Irão /Israel: Aiatola Khamenei sabe que está em perigo: deixou de usar comunicações eletrónicas e já nomeou três possíveis sucessores

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O que se sabe sobre o paradeiro do líder supremo do Irão, agora que os EUA entraram no conflito iniciado por Israel há dez dias para desmantelar o programa nuclear de Teerão e forçar uma "mudança de regime".

Com a escalada da guerra contra o Irão e a entrada dos EUA no conflito, uma das questões que paira no ar é o que vai acontecer ao líder supremo do país, o aiatola Ali Khamenei, cuja morte constituirá um dos objetivos do governo de Benjamin Netanyahu, ainda que sem o apoio da administração Trump “para já”.

Num artigo publicado no sábado, entretanto atualizado com as informações mais recentes, o New York Times dá conta de que o aiatola Khamenei, de 86 anos, está escondido num bunker numa localização por identificar e que já renunciou ao uso de qualquer tipo de comunicação eletrónica, dependendo exclusivamente de um conselheiro de confiança para transmitir posições e mensagens à hierarquia.

Numa aparente admissão dos riscos que corre, o líder máximo do regime dos aiatolas já nomeou três clérigos como possíveis sucessores, adianta o mesmo jornal, num passo sem precedentes na estrutura de poder do Irão desde a revolução islâmica de 1979, agora que enfrenta a mais grave ameaça de guerra em décadas.

Da lista não consta Mojtaba, o filho do aiatola Khamenei com fortes ligações ao Corpo da Guarda Revolucionária do Irão e em tempos visto como o mais provável sucessor do pai. Para além de Mojtaba, durante anos foi o nome de Ebrahim Raisi, presidente conservador do Irão, o mais apontado para a sucessão até à sua morte num acidente de helicóptero em maio de 2024.

Segundo o NYT, o aiatola Khamenei terá deixado instruções claras à Assembleia de Especialistas do Irão – o poderoso órgão clerical responsável por nomear o líder supremo – para que esteja preparada para escolher o seu sucessor a partir dos três candidatos que nomeou caso seja morto num ataque israelita ou norte-americano. Numa situação normal, essa transição levaria meses, mas a diretiva de Khamenei procura assegurar uma “transição rápida e ordenada”, num momento em que, adianta o jornal, a guerra está a criar uma rara união entre o público iraniano.

A guerra “atenuou as divisões que tínhamos, tanto entre nós como com o público em geral”, refere Mohammad Ali Abtahi, um político reformista e antigo vice-presidente do Irão, ao telefone a partir de Teerão, destacando que Israel fez cálculos errados quanto à reação dos iranianos.

A especulação sobre o paradeiro de Khamenei, conhecido por raramente abandonar o complexo de alta segurança onde vive na capital iraniana, tem estado num crescendo após os EUA terem bombardeado três instalações nucleares do Irão no sábado à noite, com o presidente norte-americano, Donald Trump, a exigir a Teerão que “ponha fim à guerra” imediatamente.

De acordo com três fontes oficiais iranianas ao NYT, a nomeação de sucessores e o facto de Khamenei estar escondido em parte incerta correspondem ao protocolo de emergência para cenários de guerra, cujo objetivo primordial é evitar que o paradeiro do aiatola seja detetado pelos EUA e por Israel.

“É evidente que tivemos uma enorme falha na segurança e nos serviços secretos, não há como negá-lo”, assume Mahdi Mohammadi, um conselheiro sénior do presidente do parlamento, o general Mohammad Ghalibaf, num áudio obtido pelo diário nova-iorquino. “Os nossos comandantes superiores foram todos assassinados no espaço de uma hora”, adianta o responsável, referindo-se aos primeiros ataques de Israel há dez dias.

Desde a passada sexta-feira 13, a ofensiva de Israel contra o Irão já provocou pelo menos 865 mortos, incluindo centenas de civis, a par de 3.396 feridos, de acordo com o balanço de um grupo de direitos humanos citado pela Associated Press.

No domingo, horas depois de os EUA terem atacado as infraestruturas nucleares do Irão, Donald Trump pareceu contrariar a versão oficial do seu Departamento de Estado, escrevendo na sua Truth Social que "não é politicamente correto usar o termo 'Mudança de Regime', mas se o atual regime iraniano é incapaz de FAZER O IRÃO GRANDE DE NOVO, porque não haveria uma mudança de regime??? MIGA!!!" (MIGA correspondendo a "Make Iran Great Again").

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