A Associação Académica da Boa Vista denunciou, quarta-feira, “irregularidades e atropelos” no campeonato regional de basquetebol feminino da ilha e anunciou que não participará nos 'play-offs' caso a federação da modalidade não intervenha.
Em conferência de imprensa, o treinador da equipa, Gilson Barros, denunciou “uma série de decisões unilaterais, omissões institucionais e atropelos reiterados aos regulamentos", e criticou o "silêncio inaceitável" da Federação Cabo-verdiana de Basquetebol (FCB) exigindo “uma intervenção imediata”.
A equipa exige, aliás, a suspensão imediata do play-off e “uma decisão urgente” sobre o protesto apresentado.
A discórdia reside na transferência inicial de cinco atletas da equipa do Liceu para a ADB Barraca, um processo que, segundo a mesma fonte, “violou claramente as normas regulamentares e comprometeu a lisura" da competição. Gilson Barros detalhou que as transferências ocorreram em Abril, bem depois do prazo legal de 31 de Janeiro.
"Eles fizeram um desmantelamento de uma equipa completa para passar as melhores atletas para outra, só para competir", criticou o treinador, classificando a situação como "inédita" que revela "falta de governança desportiva".
Segundo o mesmo, o primeiro protesto formal foi registado na mesa do jogo a 9 de Junho, contudo, a presidente da Associação Regional de Basquetebol da Boa Vista (ARBBV) indeferiu-o a 17 de Junho, alegando um suposto acordo pré-época 2023-2024.
Gilson Barros rebateu essa justificação, alegando ausência de provas documentais e a impossibilidade de tal acordo vincular a equipa da Académica que é nova e joga pela primeira vez nesta época 2024-2025. Pelo que enviaram outro protesto, mais detalhado e fundamentado à ARBBV a 20 de junho.
A Académica também submeteu um recurso junto da FCBB, baseando-se no artigo 35.º do Regulamento Disciplinar, o treinador lamentou ainda que a ARBBV "não disponha” de um Conselho de Disciplina “funcional", o que, a seu ver, invalida a decisão da presidente.
Gilson Barros, classificou de “preocupante” o "silêncio institucional" da FCBB desde a submissão do recurso.
Para o mesmo a situação agravou-se ainda mais com a decisão “unilateral” da presidente da ARBBV de marcar os jogos dos play-offs inicialmente para 21 e depois 23 de Julho, “ignorando o recurso pendente e desrespeitando” o artigo 37.º do Regulamento Disciplinar da FCBB, que exige a suspensão da competição enquanto protestos e recursos estiverem por decidir.
Para o treinador, essa postura revela uma “gestão autoritária, parcial e desrespeitosa", e "a justiça desportiva não pode ser seletiva nem subordinada a interesses pessoais".
A Semana com Inforpress
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