Professoras, psicólogas e crianças embaixadoras iniciaram esta segunda-feira, na cidade da Praia, uma formação destinada a reforçar a promoção dos direitos da criança e enfrentar os desafios da era digital, inciativa da Acrides.

Em declarações à imprensa, a presidente da Associação de Crianças Desfavorecidas (Acrides), Lourença Tavares, explicou que a acção decorre no âmbito do projecto “Capacitar para melhor”, que vai até 2027, e pretende preparar crianças e profissionais para lidarem com o uso consciente da internet e o desenvolvimento de competências sociais.

“Hoje, o nosso maior desafio é a internet, que é uma coisa muito boa, mas que tem um lado muito negativo e que temos crianças a sofrerem com isso”, alertou, sublinhando que é preciso ensinar as crianças a competência de “saber ser, estar e agir” para enfrentarem os problemas sociais “de forma tranquila e feliz”.

A responsável destacou ainda que “crianças que têm dom, gostam de partilhar e se preocupam com outras crianças” foram escolhidas como embaixadoras dos direitos humanos e da criança, com o objetivo de levar mensagens às comunidades e multiplicarem os conhecimentos adquiridos.

A directora de Serviços e Gestão Pedagógica, Avaliação e Inclusão Educativa da Direção Nacional de Educação, Maria Helena Andrade, afirmou que a formação está centrada na metodologia Descobrir, Liderar e Transformar (DLT) que tem como propósito dotar os profissionais de mais ferramentas para lidar com os adolescentes.

“A finalidade é capacitar os professores, os psicólogos, tanto dos gabinetes como dos espaços de inclusão e cidadania, e também os subdiretores de acção social”, explicou, acrescentando que a ideia é preparar os adultos para ajudarem os jovens a “trabalhar as suas inquietações”, como medo, frustração e liderança, e, com isso, “atingirem os seus objetivos”.

Esta primeira fase decorre na cidade da Praia, mas inclui também professores das escolas do Tarrafal de Santiago, abrangendo um total de 28 formandos.

Segundo a responsável, há intenção de estender a formação a outras ilhas no próximo ano letivo, desde que haja mobilização de parceiros.

Um dos formadores, o sociólogo Henrique Varela, defendeu que a escola deve ser um espaço privilegiado de transformação social, através do conhecimento e da mudança de atitude.

Segundo disse, espera-se que os participantes da formação sejam capazes de adotar novas mentalidades e práticas dentro das escolas.

A iniciativa é promovida pela Acrides, em parceria com a Direção Nacional da Educação, o Instituto ENGAGE, a NOSi e a ECPAT Lux.

A Semana com Inforpress