sábado, 26 julho 2025

A criança que deu homem cedo e nunca teve contacto físico com mulher alguma, torna-se bispo de Cabo Verde

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O cardeal Dom Arlindo Furtado entrou no seminário aos 13 anos, não viveu uma vida de criança, deu homem cedo, nunca teve contacto físico com mulher alguma e tornou-se, depois, líder da Igreja Católica na diocese de Santiago. 

 

“O Seminário tem uma boa formação dos seminaristas. Entrei no Seminário aos 13 anos e terminei aos 26, para a ordenação”, conta, confessando que nunca teve uma namorada, o que para ele não fez qualquer diferença, porque quando entrou para o Seminário já tinha ideias claras e convicção daquilo que queria ser, procurando ser correcto e sério naquele seu compromisso vocacional.

 

Arlindo Gomes Furtado, de seu nome próprio, Dom Arlindo, “despe-se” das vestes de bispo e aceita falar um pouco de si, o outro lado do homem, cidadão e ser humano, num tom muito realista, sem reservas nem tabus, apresentando-se à equipa da Inforpress numa das salas do bispado onde reside, de forma informal, mas identificado. 

Filho de camponeses, de Ernesto Gomes Robalo e de Maria Furtado de Carvalho, Dom Arlindo nasceu em Figueira das Naus, uma aldeia que pertence ao Concelho e Freguesia de Santa Catarina, interior de Santiago.

Lá cresceu até aos cinco anos e, a partir daí, foi viver com a avó numa zona chamada Caldeira de Cutelo Branco, que fica na fronteira entre Santa Catarina e Tarrafal.

Até àquela idade viveu nestes dois concelhos, brincou no meio de outras crianças, rapazes e meninas da vizinhança de Figueira das Naus, na Achada Hilário, na casa dos pais, com toda a naturalidade e convivência infantil.

Mas, a partir dos cinco anos foi para a casa da sua avó que era viúva. Lá ele tinha menos convívio com crianças, vivendo mais com adultos e, desde muito cedo, começou a ser considerado, pela anciã, o homem da casa.

“Então, quase que dei um salto da fase infantil para uma vida já com alguma responsabilidade, como o homenzinho em casa. Vivi mais com adultos, nessa época”, narrou. 

Não havia escola oficial lá na sua zona, pelo que teve de frequentar uma bem longe, em Achada Lém, vendo-se obrigado a viver de segunda a sábado em casa dos compadres dos seus pais, naquela localidade, estudando até quase 13 anos, altura em que entrou para o Seminário de São José. 

Ali, retomou a sua vida de adolescente, com outros colegas da mesma idade, podendo estudar, brincar e preparar-se para a vida.

“O Seminário tem uma boa formação dos seminaristas. Entrei no Seminário aos 13 anos e terminei aos 26, para a ordenação”, conta, confessando que nunca teve uma namorada, o que para ele não fez qualquer diferença, porque quando entrou para o Seminário já tinha ideias claras e convicção daquilo que queria ser, procurando ser correcto e sério naquele seu compromisso vocacional.

Não é casado, não tem filhos, porque fez outra opção de vida, perguntado, entretanto, se nunca sentiu essa necessidade, Dom Arlindo responde puro e simplesmente que já sabia o que lhe esperava. 

“Fiz opção de vida para estar ao serviço de Deus, ao serviço da Igreja. Já sabia que o indivíduo tinha que escolher uma coisa ou outra. E foi o que eu tentei fazer”, disse.  

Mesmo assim, indagado se nunca se apaixonou, replicou com toda a calma e naturalidade que o ser humano sempre pode sentir atracções, mas faz gestão da sua opção ou em conformidade com a opção de vida que tomou e luta por ser fiel. 

Ainda insistindo, já que o bispo é também homem, querendo-se saber se sente necessidade de uma vida sexual, Dom Arlindo Furtado rebate, observando que toda a gente normal sente essa atracção, mas no seu caso concreto, com a graça de Deus, com o cuidado que procura ter, considerando a opção de vida e a vocação ao serviço, compromisso com a igreja e com a sociedade, está “sempre atento”.

“O indivíduo deve procurar estar atento para seguir a sua vocação e cumprir a sua missão da melhor forma possível. A gente tem conhecimento do que é que se trata.  Por isso que o seminário dá uma formação sexual, afectiva sobre a psicologia diferencial.  Porque, o indivíduo, conhecendo a realidade, saberá fazer a gestão com a graça de Deus e vigilância própria”, aclarou.

Aos 75 anos, o bispo que veio de uma família muito religiosa onde houve padres e veio muito cedo a militar no movimento da chamada Acção Católica, fazia serviços de apostolado, contacto com jovens, convívios, passeios, peregrinações, entre outras actividades, disse que se nascesse de novo, fazia tudo igual, ou seja, a opção seria a mesma. 

“Em nome de Cristo, eu também me apaixonei por esse tipo de serviço à humanidade e à Igreja.  Estar de acordo com o Evangelho de Jesus Cristo, foi isso que, sobretudo, consolidou o meu desejo de me entregar toda a vida à causa da evangelização, à causa do ministério sacerdotal”, revelou.

Tendo passado durante esse seu percurso vocacional por vários momentos desafiadores até se tornar bispo, Dom Arlindo Furtado, realçou dois momentos de crise, em que se perguntava, “seriamente” se seria, de facto, esse o seu caminho de vida.

“Tive momentos de crise vocacional ou de agitação, mas que foi superado, dos quais durante o percurso do fim do ensino secundário e antes do fim do curso teológico. Mas, tinha sempre como princípio não tomar decisões em momentos de crise. Acho que é uma atitude sábia, de bom senso. E, passados esses momentos de crise, voltei à normalidade”, comentou.

“Momentos desafiantes”, recordou, referindo, entretanto, que depois da ordenação, em 1976, já tinha a consciência clara, tendo decidido não admitir a si mesmo mais crises vocacionais, porque teve todo o tempo de formação, oração, reflexão, experiências, que lhe permitiram ter a “consciência clara” de que não tinha mais motivos para ambiguidades. 

Dom Arlindo Furtado que desde criança habituou-se a ter muita responsabilidade, também ao longo do seminário, dentro do percurso formativo, como pároco, colocado logo em Nossa Senhora da Graça, com toda a Praia, praticamente, sob a sua responsabilidade pastoral, nunca desejou ou passou-lhe pela cabeça, abandonar o ministério.

“Sabíamos que a vida não era fácil. Aprendi também com o meu padre de referência, padre Luis Alla’z, que estar ao serviço de Jesus no mundo não é fácil. Mas, com Cristo a gente segue em frente. O próprio Cristo dizia: Vocês estão no mundo, mas não são do mundo”, ilustrou, lembrando outra passagem bíblica onde Jesus disse: ”Nunca vos deixarei só, eu estarei sempre convosco, todos os dias”.

“Por isso a nossa relação com Jesus Cristo tem que ser muito forte. Se houver afrouxamento na nossa relação com Jesus, perdemos o ponto de apoio, referência… então podemos descambar, isto é claro”, ponderou o sacerdote que assegura ter uma vida disciplinada, a começar por dormir, pelo menos, sete horas por dia, o suficiente, conforme disse, para recuperar energias, entre uma dieta alimentar equilibrada e saudável, à base de legumes e frutas.

Também gosta de fazer exercício físico, mediante orientações para pôr todo o físico em movimento, rezar que faz parte da sua vida, ler, ouvir música, sobretudo música clássica, conviver com as pessoas próximas e amigas, e de um bom pudim de queijo.

Dom Arlindo, que não sabe o que é gozar férias, tirou um mês para descanso apenas uma vez na vida, em 1997, era padre da Igreja de Nossa Senhora da Graça, esteve fora, em França com a sua mãe, para visitar a família… de resto, sempre ao serviço da Igreja e do povo.

Se pudesse dar um conselho a um jovem que pensa em seguir a vida religiosa, hoje, Dom Arlindo disse que primeiro seria cultivar uma “relação forte” com Jesus ao longo da vida.

“Porque Jesus é a nossa motivação. Renunciar, ser capaz de secundarizar coisas que o próprio mundo valoriza em demasia. Não há nada no mundo que não seja provisório.

Tudo é provisório. Só Jesus é eterno. E em Jesus nós também podemos ser eternos”, concluiu.

 

 

A Semana com Inforpress

jcf
Bispo Sem Beijo: A Fé Que Nunca Tocou Pele
Bem... olha, depois de ler isso tudo, a única dúvida que fico é se estamos a falar dum santo ou dum espécime de museu antropológico.

Então é boa coisa ou má coisa ? É daquelas que... depende da rotação da Terra.

Por um lado: um homem que nunca tocou numa mulher, que entrou para o seminário aos 13 anos e foi "formatado" até aos 26, sem vivência emocional, sexual ou afectiva... parece ideal para a máquina da Igreja, mas será que é o ideal para liderar seres humanos reais, com dúvidas, desejos, contradições e drama existencial?

Por outro lado: ele próprio diz que "não teve crise vocacional" depois da ordenação. Claro, depois de 13 anos de lavagem cerebral, se ainda tivesse dúvidas era sinal que o cérebro tinha resistido! Aquilo é quase um reality show claustrofóbico com batina.

E o contacto com mulheres?

Parece que não só nunca teve uma namorada, como o contacto físico com mulheres é tipo lenda urbana. Dá vontade de perguntar: "então como é que vais aconselhar casais? falar de sexualidade? compreender crises de identidade, afecto, corpo?" É como um cego a dar aulas de pintura — pode até ser inspirador, mas... algo está a falhar no programa.

Epá, se isto é bom ou mau… olha, é estranho, pronto. Mas se calhar é mesmo isso que se espera: um bispo que nunca viveu como um homem, para poder julgar o mundo como se fosse de outro planeta.

E nesse sentido... missão cumprida. Porque humano, humano… ele não parece ser. É mais um anjo clerical em piloto automático, com batina, disciplina militar… e sem saber o que é o cheiro dum pescoço depois de dançar um funaná. 😏

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jcf
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