“O secretário-geral lamenta profundamente a decisão dos Estados Unidos de se retirarem mais uma vez da Unesco”, afirmou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, na sua conferência de imprensa diária.
Sublinhando que Guterres apoia o comunicado divulgado anteriormente em Paris pela diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, no qual esta recordava que a organização duplicou os seus esforços “para atuar onde a missão do organismo possa contribuir para a paz”.
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta terça-feira, em comunicado, a saída do seu país da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que se tornará efetiva a 31 de dezembro de 2026, por considerar que a adesão à agência não contribui para os seus interesses nacionais.
A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, insistiu que a Unesco trabalha “para promover causas sociais e culturais divisivas” e o seu “enfoque desproporcionado” na “agenda globalista”, proposta pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, contradiz a política externa dos “EUA, em primeiro lugar”, promovida por Trump.
Ao ser questionado na conferência de imprensa sobre as explicações dos Estados Unidos para a saída da Unesco, Dujarric disse não entender “muito bem o que é uma agenda globalista”.
“Acho que todos os Estados-membros tiveram alguma queixa sobre a forma como a organização funciona, como um todo, e o sistema de agências da ONU. “A nossa mensagem para todos os Estados é: participem se quiserem mudar as coisas“, afirmou.
Dujarric destacou ainda que o financiamento da Unesco por parte dos EUA não se aproxima “nem de longe” da parte que financia a própria secretaria da ONU.
Trump, que já tinha anunciado a retirada do país da Organização Mundial da Saúde (OMS) em janeiro passado, tomou ações similares durante o seu primeiro mandato (2017-2021), terminando as adesões à Unesco, à OMS, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, ao Acordo de Paris sobre as alterações climáticas e ao pacto nuclear com o Irão.
Após assumir o poder em 2021, o agora ex-presidente Joe Biden anulou essas decisões e fez o país regressar à Unesco, à OMS e ao pacto sobre o clima.
Segundo Tammy Bruce, a partir deste momento a participação de Washington em organismos internacionais “centra-se em promover os interesses americanos com clareza e convicção”.
A Semana com Observador/Lusa
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