domingo, 15 junho 2025

REPORTAGEM: Lusofonia em destaque no Festival Gastronómico Internacional de Paris

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Moçambique, Brasil e Portugal, representado pela Sertã, Alto Minho e Cávado, estiveram hoje em destaque na primeira edição do Festival Gastronómico Internacional "Maillot à Table!" em Paris, onde deram a conhecer “o potencial da lusofonia”.

 

Muitas vezes esquecemos que através da diversidade cultural, da diversidade linguística e da latinidade - porque francofonia e lusofonia são latinidade e são também uma escapatória, à hegemonia do mundo anglo-saxónico – também afirmamos a nossa identidade, as nossas tradições, e o melhor da gastronomia e cultura”, acrescentou.

 

Achámos por bem colocar a lusofonia em destaque, porque muitas vezes os franceses não sabem o que está por trás do conceito de lusofonia. Somos nove países, com muita riqueza cultural e económica. O Brasil obviamente como é o gigante, por estarmos na Temporada 2025 Brasil-França, mas também queremos dar a conhecer a nossa África lusófona e Portugal”, disse à Lusa a presidente do Institut du Monde Lusophone (IMLus), Isabelle de Oliveira.

O evento, que decorreu na Place de la Porte Maillot, junto ao Palais des Congres de Paris, entre as 11:00 e as 21:00 locais, contou ainda com a participação da Arménia, Cazaquistão, Coreia do Sul, Filipinas, Haiti, Itália, Lituânia, Marrocos, Moldávia, Nepal, Peru, Sri Lanka e Zimbábue.

Numa iniciativa que “foi um sucesso e que vai ser para continuar”, através da parceria com a câmara municipal do 17.º bairro de Paris, onde ocorreu o festival, e com a Câmara do Comércio e da Indústria de Paris, Isabelle de Oliveira defendeu assim a promoção do diálogo intercultural e da paz “num mundo cada vez mais complexo”, sem esquecer a diáspora portuguesa.

Muitas vezes esquecemos que através da diversidade cultural, da diversidade linguística e da latinidade - porque francofonia e lusofonia são latinidade e são também uma escapatória, à hegemonia do mundo anglo-saxónico – também afirmamos a nossa identidade, as nossas tradições, e o melhor da gastronomia e cultura”, acrescentou.

Nos mais de 15 expositores, cada país apresentou produtos típicos para degustação e compra dos visitantes, que puderam assim aproveitar para se sentar e desfrutar dos espetáculos musicais de cada país à volta das suas gastronomias.

“Estar aqui é uma honra e uma oportunidade única de mostrar um lado mais familiar de Moçambique. Estamos aqui a apresentar as comidas das nossas famílias, as comidas que representam as nossas atividades colaborativas e várias outras ocasiões”, afirmou a assistente executiva da Embaixada de Moçambique em Paris, Jéssica Ivo, de 30 anos.

O expositor de Moçambique além de comida confecionada com “produtos 100% Moçambique”, tinha artesanato, pinturas e esculturas, e pretendia também promover o turismo para o país e a língua portuguesa em França.

Para Jéssica Ivo, “a gastronomia de Moçambique pode ser definida numa palavra que é acolhimento, porque é uma comida quente, na maioria das vezes”, com “um tempero marcante”, e pela “mistura de várias identidades, num país rico e diverso em etnias, culturas”.

Para aperitivos trouxemos amendoim dourado e caju. Também temos chamuças, que é muito emblemático em Moçambique, não é uma especialidade de origem moçambicana, mas foi adaptada na fusão da gastronomia indiana e portuguesa”, explicou a ‘chef’ Florência M.cayol, de 30 anos, convidada para participar pela embaixada.

Para a ‘chef’ que estuda para se tornar ‘chef’ de cozinha em Paris há dois anos e sonha em “casar a gastronomia francesa com a moçambicana” e levá-la além-fronteiras, o seu país tem uma gastronomia “familiar e muito rica”.

“Moçambique é um país que é banhado pelo Oceano Índico, por isso temos muitos frutos do mar e o camarão é o melhor para representar a gastronomia moçambicana. Temos o frango zambeziano, marinado com leite de coco, e um creme de mandioca com camarão e um pouco de leite de coco”, disse Florência M.cayol.

No expositor do Brasil, o produto chave era o pão de queijo, mas também havia bolos de coco e de cenoura com cobertura de brigadeiro de chocolate e biscoitos, para mostrar a gastronomia “rica, exótica e acolhedora”.

“Estar aqui hoje é muito importante, principalmente por representar a marca Monsieur Pão de Queijo de Antonio Cançado, que é um produto brasileiro, produzido em Portugal”, disse Gustavo Lopes, 46 anos, que reside em Paris desde 2016 e considera que o maior desafio é encontrar os produtos para confecionar comida brasileira.

Segundo Gustavo Lopes, os visitantes ficaram “encantados, principalmente com o bolo de cenoura com chocolate, que é diferente”. Por essa razão, numa próxima edição, tencionam trazer “mais variedade de produtos e fazer mais publicidade” devido ao bom ambiente do festival.

Para Flora Rodrigues, de 51 anos, dona do Restaurante Comptoir Saudade, que vende produtos típicos portugueses em Paris há já nove anos, o festival é “uma grande representação” para a lusofonia e, por isso, aceitou o convite.

“Escolhi trazer um bocadinho de tudo, bombons para as crianças, chocolates, chouriços, charcutaria, rissóis, bifanas e batatas fritas, que toda a gente gosta”, afirmou.

No caso de Portugal, além de um concerto com músicos da Sertã, também o Rancho Estrelas de Batignolles atuou para uma plateia com várias origens.

Numa próxima edição do festival, a presidente do IMLus espera ter mais representação lusófona, incluindo outras regiões portuguesas, após este “primeiro ensaio” que foi prejudicado por coincidir com a proximidade das eleições legislativas em Portugal.

A Semana com Lusa/Fotos: Luso Jornal/Arquivo

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