O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) está pronto para apoiar a criação de um instituto de tecnologia em Cabo Verde, em complemento ao parque tecnológico que financiou no arquipélago, disse hoje o presidente da instituição.
O chefe do Governo entregou a medalha de mérito profissional de primeiro grau a Adesina pela “extraordinária contribuição para o desenvolvimento económico e social de Cabo Verde” enquanto presidente do BAD.
“Para garantir que os negócios liderados por jovens, que floresçam neste parque tecnológico, tenham sucesso, gostava de dizer que o BAD está pronto para apoiar a criação de um instituto de tecnologia de Cabo Verde, aqui na Praia”, referiu Akinwumi Adesina, na inauguração do parque.
“Seria como o MIT, aqui mesmo e daqui para o exterior”, acrescentou, numa alusão ao Massachusetts Institute of Technology, ou, em português, Instituto de Tecnologia de Massachusetts, uma das mais prestigiadas universidades do mundo nas áreas de ciência, engenharia e tecnologia.
Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro de Cabo Verde, justificou a ideia com a necessidade de “investir a um nível superior” para o país ter “grande capacidade ao nível de programação, dados e inteligência artificial”.
“Essas competências têm de estar instaladas aqui em Cabo Verde, com capacidade competitiva relativamente a salários que, para o mesmo tipo de trabalho, são mais caros lá fora”, acrescentou.
Akinwumi Adesina apresentou vários números com perspetivas positivas para o crescimento do setor digital em África, capaz de transformar a juventude de recurso demográfico numa mais-valia económica, e Ulisses Correia e Silva apresentou o parque tecnológico como um sinal para os muitos que pensam em emigrar.
“Quando muitos querem procurar a vida lá fora, na emigração, têm aqui um exemplo de que é possível, se quiserem, fazer tudo o que o que podem fazer lá fora, aqui dentro”, disse.
O chefe do Governo entregou a medalha de mérito profissional de primeiro grau a Adesina pela “extraordinária contribuição para o desenvolvimento económico e social de Cabo Verde” enquanto presidente do BAD.
Akinwumi Adesina refutou dúvidas quando à racionalidade do parque tecnológico, disse que a ocupação atual, após um ano de funcionamento, tem números positivos e acredita que vão continuar a crescer.
O Techpark público representa um investimento de 50 milhões de euros onde já funciona um centro de dados (data center) e estão representadas 23 empresas, de sete nacionalidades, envolvendo 400 trabalhadores no quotidiano do Techpark.
O Núcleo Operacional Para a Sociedade de Informação (Nosi), empresa pública que nasceu há quase 30 anos para cuidar da área tecnológica do Estado, tem sido um dos motores do setor tecnológico cabo-verdiano e é hoje uma entidade exportadora de soluções digitais instalada no parque.
Contactos decorrem para atrair empresas internacionais e promover serviços prestados a partir de Cabo Verde que pretende afirmar-se como “plataforma tecnológica de referência no Atlântico Médio”, promover novos negócios inovadores (rotuladas com a expressão inglesa “startups”) e atrair nómadas digitais.
Para terça-feira, está marcada a inauguração do polo do parque tecnológico na ilha de São Vicente.
A Semana com Lusa
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