segunda-feira, 11 agosto 2025

Praia: Crise habitacional ameaça segurança de várias famílias em Achada Santo António – Associação

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Em Achada Santo António, bairro da cidade da Praia, várias famílias vivem em condições habitacionais alarmantes com tetos prestes a desabar, infiltrações e moradias improvisadas, denunciou hoje a Associação Kelém em Desenvolvimento.

 

Com o custo da construção cada vez mais inacessível, relatou que muitas famílias têm recorrido a soluções improvisadas, como construção de barracas em zonas como Alto da Glória para escapar da renda alta do bairro e iniciar, aos poucos, a construção da casa própria.

 

Em entrevista à Inforpress, o seu presidente da associação, Gerson Pereira, relatou que ao longo dos últimos anos, a organização tem recebido pedidos urgentes de apoio para substituição de tetos de betão e chapas e até para desmantelamento de barracas.

A localidade, embora seja vista como uma zona urbana consolidada, tem casas com infiltrações que se agravam com as chuvas e famílias que usam vigas improvisadas para sustentar os tetos.

Gerson Pereira denunciou o “abandono da comunidade por parte do poder local” e apelou a resposta urgente à crise habitacional que ameaça vidas, com moradias e uma política habitacional que, segundo disse, “parece existir apenas no papel”.

“Na pandemia, em 2020, tivemos de socorrer uma família de madrugada por causa de infiltrações. E há casas onde partes do teto já caiu com moradores dentro”, recordou, salientando que são parte da rotina de quem foi deixado à margem das políticas públicas.

Com o custo da construção cada vez mais inacessível, relatou que muitas famílias têm recorrido a soluções improvisadas, como construção de barracas em zonas como Alto da Glória para escapar da renda alta do bairro e iniciar, aos poucos, a construção da casa própria.

“As habitações sociais em tese deveriam ser atribuídas a quem mais precisa, mas ultimamente tem sido a quem pode pagar”, criticou, realçando que barracas são levantadas em quintais ou nos terraços das casas, mas no ano passado, duas delas foram removidas.

Segundo o activista, a situação habitacional em Achada Santo António também expõe as falhas do sistema de habitação social, com selecção de beneficiários, que muitas vezes não inclui famílias vulneráveis.

O problema, considerou, não é apenas técnico, mas sim “estrutural”, asseverando que a base de dados das famílias mais vulneráveis é conhecida pelas entidades e quando os projectos de reabilitação são desenvolvidos “muitas vezes não envolvem essas famílias”.

O último projecto habitacional relevante aqui foi há 15 anos. Desde então, tivemos três tetos reabilitados no ano passado, mas não sabemos quem financiou, a associação local não foi envolvida”, enfatizou.

Diante dos projectos submetidos pela organização, disse que “raramente obtiveram respostas”, nem mesmo as famílias, e que por isso, a sensação entre os moradores é de “completo abandono”.

“Não temos uma verdadeira política de habitação. Temos medidas pontuais que aparecem em ano de eleições. É preciso uma política real, que crie facilidades para que os jovens possam sonhar com casa própria”, defendeu, asseverando que os cabo-verdianos vão-se desenrascando recorrendo a materiais como chapas, plásticos, barrotes, baldes e bacias para amparar as chuvas.

Apesar do anúncio da construção de habitações sociais pelo Governo, como as 400 casas em Palmarejo Grande ou as 45 em Achada Limpo, segundo Gerson Pereira, a comunidade de Achada Santo António “segue à margem” e ainda aguarda com clareza os critérios e processos de candidatura.

Contactado pela Inforpress, o Ministério das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação não demonstrou por ora disponibilidade para responder, devido à situação deixada pelas primeiras chuvas nas ilhas.

 

A Semana com Inforpress

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Opiniões e Feedback

Semedo
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O Carlos Fias, que tem dado a cara ás balas, é que vsi ser o nosso futuro Presidente da Camara da Praia?

Rosana
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