A Escola de Samba Tropical começou o desfile nos primeiros minutos de hoje, terça-feira de Carnaval, com atraso de mais de três horas, devido a problemas e condicionamentos com carro do trio elétrico e com andores.
Na noite de segunda-feira, 03, que se iniciou com o desfile dos professores, inédito nesse dia, a Escola de Samba Tropical, conhecida como “a rainha da noite” de segunda-feira, enfrentou “sérios problemas” que começaram com o atraso na saída dos andores dos estaleiros.
“O nosso primeiro andor quebrou e tivemos de o soldar e quando chegamos aqui o carro do som teve problemas no seu engate, que também quebrou”, afirmou o presidente do grémio, David Leite, enquanto soldadores resolviam o impasse, antes do desfile.
Sem apontar culpados, David Leite frisou que a dimensão do Carnaval exige que haja outras condições logísticas e acrescentou que o “sonhar alto” em relação ao evento em São Vicente tem deixado de lado a questão dos estaleiros.
“Isso deixou a nu que trabalhamos em péssimas condições nos estaleiros, não temos estaleiros, e há muito tempo que referimos que sem estaleiros estamos a trabalhar em condições dos anos 80”, referiu Leite, que adiantou ainda que as actuais circunstâncias condicionam toda preparação do Carnaval.
Os problemas financeiros também foram outro entrave para o grupo, segundo a mesma fonte, que foi obrigado a cortar em detalhes do projeto, para evitar acarretar dívidas.
O show de pirotecnia foi tirado do enredo, no entanto o grupo apresentou ao público, que se deixou ficar pelas “ruas da morada”, um desfile de brilho e surpresas com as passistas a representar o “empate de 4”, que representou cada uma das rainhas de baterias do ano passado.
Trouxe ao sambódromo do Mindelo figuras emblemáticas como Kakói, homenagem a Djô Borja e a ideia do “baile de máscaras”, entre outros momentos.
Samba Tropical desfilou este ano com o tema “Aponteode do Carnaval, sete ruas, uma história”.
O grupo propôs mergulhar de forma criativa na identidade e na rica trajetória do carnaval mindelense, revelando as suas origens, a evolução ao longo das décadas, os protagonistas que moldaram essa tradição e a relevância cultural e económica do evento para a ilha de São Vicente.
Com um orçamento estimado em 11 mil contos e mesmo enfrentando dificuldades, o grupo manteve a ambição de apresentar um desfile inovador, apostando na tecnologia para modernizar os andores.
Com um desfile composto por 20 alas, três carros, incluindo dois carros alegóricos principais e um tripé, e a participação de 1.100 foliões, a Escola de Samba Tropical reforça o seu papel central na preservação e reinvenção do Carnaval mindelense.
Hoje, terça-feira do Carnaval, desfilam os grupos espontâneos ao final da tarde e depois, a partir das 19:00, está prevista a entrada do Vindos do Oriente, na Rua de Lisboa, seguido por Flores do Mindelo, Estrela do Mar, Cruzeiros do Norte e fecha a noite de desfiles o grupo carnavalesco Monte Sossego.
A Semana com Inforpress
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