A administração da EPEC esclareceu hoje que os recentes cortes de energia em Santiago, sobretudo na cidade da Praia, resultaram de avarias na Central do Palmarejo, mas garantiu que a situação já está resolvida e o fornecimento normalizado.
Em conferência de imprensa, o administrador executivo da Empresa de Produção de Electricidade (EPEC), engenheiro Sama António Cruz, explicou que duas avarias críticas nos grupos geradores de grande potência, Wärtsilä 5 e 6, comprometeram a capacidade de produção da Central do Palmarejo, forçando a empresa a operar com capacidade reduzida durante vários dias.
De acordo com o engenheiro, os dois grupos entraram em falha quase simultaneamente, devido a problemas técnicos de ordem mecânica, incluindo danos nos sistemas de refrigeração e perda de pressão em componentes essenciais, o que exigiu a paragem imediata para evitar danos maiores.
“Esses grupos representam cerca de 50% da capacidade instalada na Central do Palmarejo. A sua indisponibilidade causou um desequilíbrio no sistema e tivemos de recorrer a cortes rotativos e controlados para manter o fornecimento mínimo”, explicou Sama António Cruz.
Os cortes de energia, segundo os responsáveis, foram uma medida de contenção necessária para evitar um colapso total do sistema, tendo afectado diversas zonas da ilha, com maior incidência na capital.
“Temos consciência do impacto que essa situação causou aos nossos clientes. Os cortes foram feitos de forma rotativa e priorizando áreas críticas como hospitais, centros de saúde e sistemas de abastecimento de água”, reforçou o administrador.
Entre as zonas mais afectadas constam bairros da cidade da Praia como Tira Chapéu, Achada Mato, Ponta d’Água, Achada Grande, Eugénio Lima, bem como localidades do interior da ilha como São Domingos, Assomada e Calheta de São Miguel.
A EPEC informou que, além das reparações de urgência realizados, está a reforçar a manutenção preventiva nas centrais, a apostar na aquisição de peças sobressalentes críticas e a desenvolver projectos de reforço do sistema eléctrico nacional, incluindo a integração de energias renováveis e sistemas de armazenamento.
O engenheiro garantiu que os trabalhos estão a avançar e apelou à compreensão e colaboração dos clientes, sublinhando que a empresa está a adoptar um plano técnico para garantir maior resiliência e estabilidade no fornecimento eléctrico, sobretudo em períodos de pico de consumo.
A mesma fonte explicou que os cortes de energia foram a última alternativa disponível para evitar um colapso total do sistema eléctrico.
Acrescentou ainda que o desligamento foi iniciado nas zonas com maior índice de ligações clandestinas, que sobrecarregam a rede e comprometem a estabilidade do fornecimento.
Destacou ainda que, embora o fornecimento já esteja a ser progressivamente restabelecido, a operação do sistema continua a ser feita com cautela, até a recuperação total da capacidade produtiva.
A Semana com Inforpress
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