Os abusos dos governantes, os atuais e presentes, não se devem transferir aos que se seguirão. Um governo infrator não é de todo um credível fiscalizador dos próprios erros ou crimes, com todos a encobrir todos. Não pode continuar assim. Devemos olhar por um árbitro independente e zelador da coisa pública, o bem comum. Não um senhor vice do dinheiro que nunca mais acaba.
Cabo Verde das dez ilhas, cada ilha um sonho, um encanto, um mundo a construir, interligadas pelo mar de partida e de chegada, a unir corações, tudo se traduz numa só palavra: morabeza. Uma peculiaridade crioula que, com o tempo, deixou de cumprir pela inapetência dos sucessivos governantes da segunda república, autentificando o degredo ao povoado em cada penhasco achado no meio do mar.
A maioria dos cabo-verdianos nasce e morre sem conhecer o país por falta de recursos e desconhecimento histórico, até por desinteresse, por convicção nacionalista ou comportamental meramente político partidário dualista.
A deslocação entrilhas é possível ao espermatozoide político diferenciado à custa de quem perde sem resmungos, e quem tentar desafiar ou aventurar-se, terá que contar com os tubarões azuis, com um final macabro à vista.
O país está desorganizado, distraído. Vai em festas e romarias, sem mobilidade entre todos a custos razoáveis, e os salários, quando existem, são magros, abaixo do mínimo desejável. Isto mexe com os direitos humanos, o direito constitucional e com a dignidade de todo um povo.
Em alternância, por segunda via, para aportar nas ilhas seria pelos fins aéreos. Há muito que os gafanhotos vindos do deserto do Saara, os aviões com matrícula nacional ou não, sobrevoam o céu das ilhas, trazendo uma praga de incompetência, insensatez e insensibilidade de quem finge governar.
Alguns dos sinais evidentes e fatuais são as mortes por negligência nas ilhas por falta de evacuação dos necessitados pelas vias aceites, os meios de conetividade inexistentes à mercê da figura governativa incompetente na matéria, o domínio de entendimento em contramão às assessorias marítimas e aéreas, ainda a ser responsabilizado e sentenciado, sendo a vida humana imprescindível.
Queremos acreditar que a república de Cabo Verde é habilitada de gente competente e capacitada a dominar setores de atividade econômica tão determinante para a resolução dos inconvenientes relacionados com a vida coletiva, mas depois vemos essas mesmas pessoas a negligenciar por exemplo a agricultura, a pesca, os transportes e as comunicações, com uma inteligência que nunca seria tolerável numa sociedade exigente.
Devemos repensar o comportamento do cidadão governante, revisar os estatutos ao abrigo das competências por mérito, eleger e cobrar resultados a todo tempo e suspender a qualquer tempo, mais ainda se a corrupção emergir durante a governação, com a queda da confiança política e retirar a imunidade para depois seguir e responder perante o magistrado judicial.
Os abusos dos governantes, os atuais e presentes, não se devem transferir aos que se seguirão. Um governo infrator não é de todo um credível fiscalizador dos próprios erros ou crimes, com todos a encobrir todos. Não pode continuar assim. Devemos olhar por um árbitro independente e zelador da coisa pública, o bem comum. Não um senhor vice do dinheiro que nunca mais acaba.
O presente governo matreiro, prestes a terminar a segunda legislatura, fora das estribeiras não presta contas, não esclarece com verdade a nação sobre os tratados das pescas e o resultado monetário financeiro daí arrecadados, do mar subtraído e comercializado. Para o mar deve voltar o investimento em formato de transportes para minimizar o padecimento aos utentes.
Nada mais nada menos devemos dizer na boca de urna que o peixe é pertença nacional e uma vez sem poder de captura, pela lógica de um leigo, devemos em negociação bilateral, segundo as diretivas emanadas e prescritas para o cumprimento internacional consagrado pela Convenção de Viana, Tratado de Paris, admitir quaisquer propostas valendo do conceito diplomático a cedência pela vontade livre das duas partes aceites.
O ministro caixeiro viajante da república não está jamais, nem estará, a nível de negociação de forma empírica à exigência do cargo. O ator político, pela cegueira de conhecimento em matéria de negociação, nada de novo, à escola antecede. O povo, e quem sabe, quem manda ainda que, não sendo, devia de ele seguir um conselho: “Vale mais um pássaro na mão que dois ou mais a voar”. Sem peixe e sem dinheiro, vai tudo perdido na consciência ministerial.
Antes do término do contrato devíamos focalizar na nova parceria estratégica, as Ilhas dos Açores servem de modelo no sentido de investir para garantir o sustento e a sustentabilidade, através da industrialização. Consome a baixo custo, anima a população residente e exporta excedente para a União Europeia e resto do mundo, incluindo, com ironia, para Cabo Verde do mar do atum.
Almeida Santos, jurista e político em tempos, antes da partida para a eternidade, em modo cavaqueiro tinha dito que quando negociava com os simpáticos representantes do Partido da Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC), era um fastidioso de todo sentido, usando do interregno para ali perto, na praça central na cidade da Praia, todos os convidados iam tomar uma bebida, mais um outro tanto irrecusável Scotch Whiskey, retomando depois as negociatas, estando tudo já normalizado e fechado em paz e civismo. Uma confissão que evidencia que o alcoólatra, o corrupto saneado, interdito da competição política, jamais deveria ser permitido assumir o poder e representar a república de todos.
Resta saber quem são os parceiros na lapidação do mar patrimônio nacional caboverdiano. Porventura obedecer-se-á aos padrões da proporcionalidade e racionalidade no processo de captura, assim evitando-se a extinção das espécies sem suborno pelo meio ao malcheiroso corrupto em continuada propagação.
Dinheiro que nunca mais acaba, uma ladainha do tolo, a crescer todos os dias não alimenta, nem reduz as necessidades dos pobres que desfalecem à mingua no portão marítimo das ilhas. É uma vergonha o governo que temos, que não merecemos, e esconjuramos.
O mar imenso, das tartarugas, dos tubarões azuis, de todas as espécies que procriam no habitat e enriquecem o nosso espaço adjacente territorial aquático, que nos serve de sustentabilidade física também, como afirmação da nossa economia, debaixo da autenticidade de lunáticos subordinados e subornados governantes do corta-bolo e que serve de comparsa e chupa dedo.
Ser pobre não é obtenção. Temos e reunimos condições de povo em evolução e crescimento, a visualizar o pico da sustentabilidade e das trocas internacionais recíprocas, para tanto identificar competências, como financiar as fontes do conhecimento, a quem todo o entendido, na teimosa intenção de desvio do bem alheio e de todos ao invés de continuar sobre custódia preventiva, encaminhado à engorda no cárcere.
A corrupção constitui um crime de abuso coletivo nacional e deve ser reprimido com severidade sem olhar a quem. Estamos todos debaixo do mesmo sol e da mesma lei em vigência na república pátria mãe de todos os caboverdianos.
Quem governa deve colocar-se ao serviço do povo, exigir o justo devido nos impostos, honrar a administração em troca do bem-estar, a segurança e felicidade no território, nada mais simples do que isso.
Mas a matança continua, o medo é avassalador, o leopardo governante e equiparadas elites circulam debaixo de alta segurança pessoal, três ou mais carrascos pagos com o suor dos contribuintes.
Cabo Verde soma e segue pela competência transmissível às novas gerações, preparadas com mérito, competentes e distintos cidadãos a repostar as exigências do século, e dar ao esquecimento a parcela porca da história da segunda república.
Que 2026 seja uma nova era, com novas descobertas, metas e etapas a cumprir e a serem cumpridas, tanto no momento como nos próximos tempos, para quem virá depois continuar o eterno destino de Cabo Verde sempre na moda. O caminho a desvendar com orgulho porque o berço é nosso e cabe-nos a nós reinar e defender, derrotar corruptos tendenciosos, velhacos de patrimônios no poder do estado.
Meio século de história a recordar com pouca saudade, outra metade a começar a cumprir no porvir, oxalá com tiranos convertidos a contribuir para melhor, de forma a cumprir o desígnio social e solidário, com uma participativa circundante democracia de a proximidade em rede pela inteligência artificial assimilável a todos à volta da panela, servido sonhos de longa data. É possível.
Para quem ambiciona governar com sucesso na proa da governação no estado de direito deve ter e preservar presente na mente, uma examinação a si mesmo, se se consegue diferenciar e distanciar do tirano. Só então vai conseguir cumprir as necessidades humanas como se estivesse ao serviço de si mesmo.
Para que Cabo Verde inverta o sentido histórico e marche na segunda metade do século em esperança de concretizar o sonho nacional sem dúvida, deve apostar e prognosticar no novo cidadão, o novo homem, logo na gestação, protegendo a gestante e nascituro com assistência financeira que irá compensar como complemento alimentar, como também se traduz na garantia à igualdade de corrigir as assimetrias, o crime juvenil, o aborto que em nada dignifica a nação e põe em causa o processo demográfico bastante deficitário. Um primeiro passo para edificação do estado social de dimensão e caraterística de Cabo Verde.
A conectividade entre todos é de um tamanho para além do imaginável, mas teremos grandes desafios nos próximos tempos, e ninguém ficará de fora, todos escolhidos pelo seu mérito e coesão nacional, mas ninguém terá sob a mesa um boi, basta um bife, o suficiente pelo princípio do associativismo e solidariedade.
Cabo Verde é dos necessitados abaixo do mínimo da pobreza aceitável. Cabe ao estado a condição de exemplificar, criar riquezas para distribuir, até à emancipação das gerações pela instrução e conhecimento gratuito, passando de mito a facto. Para tal, bastava o equilíbrio orçamental mínimo e máximo como compensação salarial em tempo de crise e dificuldades, e recorrer por razão circunstancial urgente ao assistencialismo público.
O corrupto do tacho público, adverso ao assistencialismo, rejubila com o infortúnio. Esses “kufongus” burgueses, o novo e destemido varão irá fazer dobrar a espinha dorsal até à reposição do roubado em 2026, seguramente!
Cinco de Julho é dia maior, marcando a Independência de Cabo Verde, da afirmação nacional. Honremos os nossos heróis, homens e mulheres de incalculável valor, a Pátria reconhece o sacrifício!
Viva Cabo Verde, república!
Viva Amílcar Lopes Cabral!
Almada, 4 de julho de 2025
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