O Presidente da República da Guiné-Bissau nomeou esta quinta-feira, 7 de Agosto, Braima Camará para o cargo de primeiro-ministro, em substituição de Rui Duarte de Barros, na sequência da demissão do governo. A decisão foi formalizada através de um decreto presidencial, marcando uma mudança no xadrez político guineense a poucos meses das eleições legislativas e presidenciais, previstas para o dia 23 de Novembro.
Nos últimos meses, o tom crítico de Braima Camará deu lugar a um discurso mais moderado e conciliador.Fez apelos à reconciliação nacional entre os guineenses, dando sinais de abertura ao diálogo com o poder instituído. Em Julho, circularam imagens nas redes sociais de um encontro entre Braima Camará e Umaro Sissoco Embaló, realizado num hotel em Lisboa. O encontro foi comentado na esfera pública e interpretado como um indício de reaproximação.
Braima Camará, figura conhecida da cena política e empresarial da Guiné-Bissau, regressa ao centro do poder executivo. Braima Camará é empresário e destacou-se como fundador e presidente da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau (CCIAS). Ocupou, durante o mandato interino de Malam Bacai Sanhá (1999–2000), o cargo de ministro conselheiro do Presidente da República para os Assuntos Económicos e do Investimento Privado. Foi deputado, com intervenção activa no Parlamento guineense.
Nos últimos anos, Braiam Camará ganhou visibilidade enquanto líder de uma das alas do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), é uma das vozes mais críticas em relação ao regime de Umaro Sissoco Embaló, a quem chegou a acusar de pretender instaurar um regime autoritário no país. Depois de ter perdido a liderança do MADEM-G15 para Adja Satú Camará, figura próxima do Presidente, Braima Camará criou uma aliança com o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, num esforço de oposição conjunta ao Presidente da República.
Nos últimos meses, o tom crítico de Braima Camará deu lugar a um discurso mais moderado e conciliador.Fez apelos à reconciliação nacional entre os guineenses, dando sinais de abertura ao diálogo com o poder instituído. Em Julho, circularam imagens nas redes sociais de um encontro entre Braima Camará e Umaro Sissoco Embaló, realizado num hotel em Lisboa. O encontro foi comentado na esfera pública e interpretado como um indício de reaproximação.
A nomeação de Braima Camará para o cargo de primeiro-ministro pode ter implicações na configuração das alianças partidárias e no rumo da política da Guiné-Bissau, sobretudo num contexto pré-eleitoral. Ao integrar no governo um antigo opositor, Umaro Sissoco Embaló pode estar a apostar numa estratégia de pacificação interna e de reforço da base de apoio político.
A Semana com RFI
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