O MpD acusou hoje o PAICV de orquestrar operação digital e comunicacional “de guerra suja” com instruções que “atentam a democracia, integridade moral dos adversários políticos e adopçao de métodos extremistas” para aceder ao poder em 2026.
A acusação foi feita pelo secretário-geral do Movimento para a Democracia (MpD, poder) Agostinho Lopes, em conferência de imprensa, para reagir “a um documento do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) e que está a circular nas redes sociais” com “métodos extremistas, subversivos e antidemocráticos”.
Conforme explicou, o documento contém “orientações táticas” e instruções emitidas aos seus activistas nas redes sociais para “atacar e ofender” os apoiantes do MpD e o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, com foco nas eleições legislativas de 2026.
Disse tratar-se de atitudes e posicionamentos que configuram um cenário de ataques sistemáticos à democracia cabo-verdiana, com a montagem de planos de aniquilação de adversários, numa “estratégia sórdida” para se chegar ao poder, através da multiplicação de notícias falsas e de violência verbal transformadas em armas de combate político.
“Na realidade, o documento é um manifesto de como chegar ao poder, através de métodos extremistas, subversivos e antidemocráticos, tais como: atacar todos os comentários positivos e, sempre que possível, atacar os comentadores até pararem de participar nos debates, com ofensas, ameaças e suspensões, sempre que se mostrar necessário”, indicou.
O documento, prosseguiu, motiva os activas do PAICV a “atacar com comentários depreciativos, semeando desconfiança contra os apoiantes do MpD, semeando desconfiança no uso do dinheiro público, com o objectivo de ofuscar e ter a foco das obras públicas e quaisquer outros feitos do Governo”.
Apontou ainda que o mesmo estabelece a “utilização massiva de frases desmotivadoras e ameaçadoras” contra os apoiantes do MpD, como “2026 Ulisses Rua”, “mentira”, “mentiroso”, e dirigidas ao primeiro-ministro, incendiando as redes sociais para “níveis irracionais potencialmente perigosos”.
O secretário-geral do MpD frisou, no entanto, que essa atitude do PAICV começou desde 2016, e que agora tornou-se expresso com o intuito de manchar as obras e realizações do Governo, “sem se importar se elas são boas e úteis para o país e sua população”.
Acrescentou que o que importa para o PAICV “é sujar, colocar defeitos, desvalorizar e lançar suspensões”.
“É uma postura sistemática, centradas em narrativas falsas, maquiavelicamente montadas, não para se dar combate político republicano, mas para desvalorizar as conquistas e os avanços do país e destruir os adversários. O que importa é chegar ao poder, custa o que custar”, apontou.
Lembrou que Cabo Verde tem uma imagem de país comprometido com a liberdade e com respeito pelas regras democráticas e que a imagem é um património de todos os cabo-verdianos e uma vantagem competitiva da nação pelo mundo fora.
Agostinho Lopes referiu ainda que “o manual de instruções do PAICV e a sua materialização já em curso” põe em causa este pacto social, este compromisso civilizacional que tem alavancado o desenvolvimento do país e a construção consistente da maioria das condições de vida e da dignidade dos cabo-verdianos.
“Ao orquestrar esta operação digital e comunicacional de guerra suja, que utiliza a mentira, o assassinato de caráter e o menos preso pelas necessidades da nação, é a maior ameaça que a nossa democracia enfrenta desde 1991. O manual em causa não é apenas um manual uma prática”, declarou.
Questionado sobre a veracidade do documento e como é que o MpD a ele teve acesso, Agostinho Lopes garante que o mesmo pertence ao PAICV e que o seu partido teve acesso ao documento após a eleição do novo presidente do PAICV.
“Tenho a certeza que este manual é o que está escrito no texto original e é do PAICV (…) Eu não tenho que garantir nada. Cabe a quem estiver interessado buscar por outros meios, não por mim, naturalmente, buscar por outros meios, certificar-se da veracidade ou não. Eu sei, tenho a certeza que o documento é verdadeiro e tenho a certeza da origem do documento”, afirmou.
Instado ainda se o MpD irá apresentar queixa, Agostinho Lopes disse que não, e que tendo em conta que se aproxima o período eleitoral, o partido irá dar o combate político necessário e continuar a trabalhar para proteger o projecto colectivo de Cabo Verde que é a consolidação da democracia.
A Semana com Inforpress
Turismo Sexual: O Segredo Mais Mal Guardado de Cabo Verde
Oh minha querida… ainda estás nessa fase ingénua de acreditar em estatísticas oficiais? Ai se soubesses. Tantas moças humildes do interior de Santiago, levadas com promessas de "trabalho doméstico em Lisboa", acabaram empurradas para os bairros de prostituição, sem documentos, sem saída, e com a dignidade pisada. E o pior? Voltaram caladas. Por vergonha. Por medo. Por não saberem a quem recorrer. Porque este país ainda culpa a vítima.E a senhora, enfiada nesse gabinete com ar condicionado e powerpoints bem intencionados, vem falar de “dados insuficientes”? Pois claro que são insuficientes! Enquanto estiverem a medir tráfico humano com papel químico e base de dados desactualizada, nunca vão captar a podridão que corre por baixo da mesa.
O tráfico aqui não passa pela fronteira com uma etiqueta na testa a dizer "vítima". Ele anda de salto alto nas noites da Praia, nos motéis com estrangeiros com ar de turista, nos grupos de WhatsApp com códigos e agenciadores com cara de santo. A exploração está aqui, escancarada, mas preferem fechar os olhos para não sujar as estatísticas. É mais confortável assim.
Se a senhora tivesse posto o pé no terreno, ido falar com mães de rabo no banco do mercado, com jovens que voltaram partidas, com gente que vive nos becos de Achada Grande ou de Ponta d’Água, veria que o problema não é falta de dados. É falta de coragem. De vontade. E de vergonha na cara de certas instituições que fingem que isto é um problema de outros países.
Turismo sexual? Prolifera como mosca em fruta madura. Prostituição forçada? Normalizada. Aliciamento de menores? Silenciado. Mas pronto, vamos lá fazer mais uma campanha no Platô com balões azuis e panfletos impressos. Que assim parece que estamos a fazer alguma coisa.
Acordem. Cabo Verde está a vender o corpo das suas filhas enquanto lava as mãos com água morna. E quem devia proteger, está ocupado a discutir tecnicalidades jurídicas e “fases do processo de exploração”. Vão ao terreno. Vão ouvir. E depois, talvez, falem com propriedade.
Os Meus Processos Já Têm Barba: A Justiça em Cabo Verde e o Teatro da Morosidade
Ah, morosidade? Que exagero! Devem estar a confundir o sistema judicial de Cabo Verde com um sistema judicial eficiente. Eu tenho três processos na Comarca da Praia – um de 20 anos, outro de 15 e outro de 9. São praticamente filhos meus, já passaram pelo batizado, crisma e, se tudo correr bem, ainda me herdam a casa depois da reforma. Se isto não é justiça em movimento... então não sei o que é.E depois ainda vêm com a conversa de que a culpa é da falta de fiscalização ou de prazos que ninguém cumpre. Coitados dos magistrados, com os seus rabos pesados a esmagar as cadeiras dos gabinetes enquanto fazem ioga mental para decidir se vão despachar alguma coisa… este ano. Porque no próximo já têm férias marcadas.
Mas não, não é culpa deles. Claro que não. Foi o Amadeu Oliveira, não foi? O homem já está morto mas ainda serve de bode expiatório para todas as incompetências e preguicites crónicas do sistema. Que jeito dá um mártir! Já nem precisam de espelhos no Palácio da Justiça.
Depois há juízes que em seis meses despacham um processo inteiro. Milagre? Não. É porque querer despachar dá trabalho. Melhor é deixar a coisa apodrecer em cima da secretária. O processo fica ali, calmo, sossegado, como se fosse um bonsai judicial — só que em vez de crescer, apodrece.
E claro, temos os relatórios com números bonitos para enganar quem não vive o filme por dentro. Ah sim, resolveram 13.000 processos? Espetáculo! Mas quantos desses foram empurrados com o nariz, ou arquivados sem mexer uma palha? E os outros quase 12.000 pendentes são o quê? Lixo reciclável?
E no meio disso tudo, uma mulher vítima de agressão sexual espera há sete anos por justiça… e continua a passar pelo agressor na rua. Mas está tudo bem, porque segundo os dados há “produtivi dade” e “melhoria”. Sim, sim… se calhar deviam publicar também quantos cafés por dia são consumidos no tribunal – isso sim, seria um indicador honesto da actividade judicial.
O mais triste é que ainda aparece gente bem-intencionada, como o Marco Paulo, a propor reformas e actualizações legais, como se a culpa fosse da lei de 1988. Não, doutor. A culpa é de quem a não aplica, de quem tem a caneta, a toga e a pachorra de um paquiderme dopado.
Enquanto isso, nós — cidadãos — esperamos. E esperamos. E esperamos. Porque neste país, justiça não é cega… é surda, muda, e dorme sesta todos os dias úteis.
Parabéns, Cabo Verde. A tua justiça está em coma, mas o boletim clínico ainda insiste que é apenas uma constipação.
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