O Papa pediu hoje um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas e o pleno respeito pelo direito humanitário, durante a sua audiência geral semanal na praça de São Pedro.
"Da Faixa de Gaza, ouvimos os gritos das mães e dos pais que seguram os corpos sem vida dos seus filhos subirem cada vez mais intensamente ao céu”, afirmou Leão XIV.
Lamentou ainda que os habitantes de Gaza "sejam continuamente forçados a deslocar-se em busca de alguma comida e abrigo mais seguro devido aos bombardeamentos".
O Papa apelou também à paz na Ucrânia, dizendo que os seus pensamentos se voltam frequentemente para "o povo ucraniano afetado por novos ataques graves contra civis e infraestruturas”.
"Prometo a minha proximidade e as minhas orações por todas as vítimas, especialmente crianças e famílias", declarou.
Leão XIV afirmou ser necessário "parar a guerra e apoiar todas as iniciativas de diálogo e paz" e pediu aos fiéis "que se unam em oração pela paz na Ucrânia e onde quer que as pessoas estejam a sofrer devido à guerra”.
O Papa afirmou ainda que "a compaixão é uma questão de humanidade" e que "antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos.
Leão XIV explicou que "a vida é feita de encontros, e nesses encontros revelamo-nos como somos" e que quando "nos encontramos perante o outro, perante a sua fragilidade e fraqueza, podemos decidir o que fazer: cuidar dele ou agir como se nada tivesse acontecido".
Lamentou ainda "a pressa, tão presente nas nossas vidas, nos impeça muitas vezes de sentir compaixão" e que "aqueles que acham que o seu percurso deve ser prioritário não estejam dispostos a parar pelo outro”.
A Semana com Lusa
Quando o silêncio é cúmplice, o Papa reza. E nós?
Cessar-fogo, senhor Papa? Isso era se houvesse uma guerra.O que se passa em Gaza não é um conflito entre dois exércitos, é um massacre unilateral, é terraplanagem humana a céu aberto. Fala-se em "cessar-fogo" como se houvesse alguma simetria. Não há. De um lado está um exército com drones, tanques e bombas de fósforo. Do outro, civis encurralados sem água, sem comida, sem abrigo.
Isto não é guerra. É extermínio.
É o método sistemático de apagar um povo do mapa. Bairro a bairro. Escola a escola. Campo de refugiados a campo de refugiados.
E não me venham com a ladainha do “conflito complexo”. Complexo é o cinismo de quem assiste e nada diz. Complexo é o silêncio diplomático que diz “cessar-fogo” em vez de dizer basta de genocídio.
O Papa apela ao “fim dos combates”? Compreende-se. É o que a sua posição permite dizer. Mas nós, cá em baixo, no rés-do-chão da moral, já não temos tempo para meias palavras.
💥 Isto não é guerra.
💥 Isto é massacre.
💥 Isto é limpeza étnica.
E se o mundo continuar a ver e calar, a história há-de julgá-lo. Como sempre faz. Mas já será tarde demais para os que hoje estão a ser enterrados sob os escombros.
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