O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Américo dos Ramos, destacou hoje, na cidade da Praia, a cooperação exemplar entre os dois países e propôs o reforço de acções conjuntas em áreas como a educação e energias renováveis.
Em declarações à imprensa após um encontro que manteve com o homólogo cabo-verdiano, Américo dos Ramos avançou que fizeram uma bordagem geral sobre o estado de cooperação entre os dois Estados que, além de serem amigos, são como irmãos, partilham cultura, sanguinidade e muitos outros aspectos.
Segundo o governante são-tomense, embora a cooperação esteja a funcionar bem, há espaço para se acelerar e expandir a colaboração bilateral.
“Estamos a falar na questão da educação, da agricultura, da digitalização e nós estamos a desenhar e redesenhar a forma de abordarmos os parceiros multilaterais, conjunto, porque nós partilhamos as mesmas preocupações e as mesmas necessidades”, indicou, sublinhando que “a união faz a força”.
Sobre a cooperação tripartida com o Luxemburgo, Américo dos Ramos disse que está a funcionar “muito bem”, nas áreas de formação profissional, técnica e superior, e que os dois países pretendem alargar esta parceria a sectores como as energias renováveis e a digitalização.
“Pensamos que a experiência de Cabo Verde com o parceiro Luxemburgo pode ser muito útil para São Tomé e Príncipe também”, afirmou.
Uma outra questão abordada durante o encontro, segundo o homólogo de Ulisses Correia e Silva, foi a da conectividade aérea com destaque para a antiga ligação entre Luanda, São Tomé e Príncipe e Praia.
“Nós pensamos que temos que fazer tudo para retomarmos essa ligação porque ela, para além de permitir a circulação de pessoas, também permite a circulação de bens”, disse.
Quanto à comunidade cabo-verdiana residente em São Tomé e Príncipe, o chefe do governo são-tomense assegurou que é reconhecida como parte integrante da sociedade são-tomense.
“Considero que os cabo-verdianos em São Tomé e Príncipe são mais do que irmãos. Nós temos uma percentagem muito grande da nossa população que é de origem cabo-verdiana e muitos são cabo-verdianos”, afirmou.
Acrescentou também que a situação social difícil é um desafio e comum à população são-tomense, pelo que ambos os governos têm feito esforços para melhorar as condições de vida das populações dos dois países.
A Semana com Inforpress
Cimeira dos Malandros: Cooperação para a Miséria, Bajulação e PowerPoints
Ah, mas que teatro de cordialidades coloniais recicladas — com bandeiras a tremular ao vento e discursos ensaiados até à última sílaba. Então o PM de São Tomé veio à Praia dizer que quer "reforçar" a cooperação com Cabo Verde? Cooperação em quê, exactamente? Troca de figurinhas da desgraça? Competição sobre quem tem mais jovens a querer fugir do país? Ou talvez uma masterclass conjunta sobre como falhar miseravelmente em garantir justiça social e soberania económica?Educação? Está tudo analfabeto funcional em ambos os lados, com escolas a cair aos pedaços e professores a serem pagos com promessas e aplausos. Vão ensinar-se mutuamente o quê? Como sobreviver sem orçamento de Estado até ao próximo donativo europeu?
Agricultura? Só se for para trocar receitas de como plantar mandioca com orações. São países que importam mais do que produzem — talvez a tal "cooperação estratégica" seja só um eufemismo para “dividir a ajuda externa e os sobras do PAM”.
Digitalização? Essa é gira. São Tomé e Cabo Verde, os dois mestres do power cut, a sonhar com fibra óptica e IA enquanto os serviços públicos ainda funcionam à base de papel químico e carimbo molhado. Vão digitalizar o quê? A lista de dívidas externas?
Justiça? Esta deve ser para rir. Troca de experiências entre tribunais que funcionam como sucursais de partidos políticos e promotores de impunidade. Talvez estejam a ver quem é mais eficaz a arquivar processos de corrupção sem pestanejar.
Energias renováveis? A única energia renovável de que dispõem em abundância é o paleio vazio e a paciência do povo. Painéis solares? Só nos powerpoints das conferências financiadas pela UE. A única coisa que se renova nestes regimes são os discursos ocos e as promessas eternamente “em curso”.
E depois vem a cereja: cooperação com o Luxemburgo. Claro, porque nada diz "sustentabilidad e africana" como dois países dependentes a pedirem esmola a um país europeu minúsculo cujo PIB é maior que o dos dois juntos vezes 10. Chamem-lhe cooperação triangular, eu chamo neocolonialismo em formato boutique.
Isto não é uma reunião estratégica — é mais um desfile de bajulação diplomática, com pose para a foto e zero consequência. A única coisa real aqui é o esforço hercúleo de parecer que estão a fazer algo, quando na prática o mais palpável que sai destas reuniões é o café e o croquete da recepção.
E a pergunta final fica no ar: quem puxa melhor o saco dos americanos? Porque no fim do dia, é essa a única cooperação estratégica que conta.
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