Os condutores de hiaces do terminal da zona de Petcheco, nos arredores do Estádio da Várzea, queixaram-se hoje de más condições no local de trabalho, sobretudo do saneamento, e pedem melhorias de condições e uma casa de banho.

Numa ronda feita ao terminal, a Inforpress conversou com alguns dos condutores presentes no local sobre os ganhos e descontentamentos com a permanência e condições de trabalho neste local, mesmo com as obras de remodelação do antigo terminal, no mercado de Sucupira, já concluídas.

Austelino Barreto, condutor, que faz o percurso Praia/Tarrafal, e que trabalha neste espaço há quase dois anos, disse que a maior preocupação se prende com a falta de uma casa de banho, uma sombra e o saneamento básico do espaço.

“Há muito tempo que temos um esgoto a céu aberto neste espaço, com um cheiro nauseabundo que incomoda os condutores, vendedeiras, passageiros e todas as pessoas que frequentam este espaço. Por isso, pedimos que a Câmara trate disso e ainda que construa uma casa de banho", exprimiu.

Este condutor sublinhou que esta vala de esgoto a céu aberto é propícia para criação de mosquitos e moscas, contribuindo para afectar a saúde de todos, sobretudo com o aproximar da chegada da chuva que pode complicar ainda mais.

De acordo com este trabalhador, sem uma casa de banho neste espaço, desde da sua criação, são obrigados a procurem outros lugares que têm uma casa de banho, para fazerem as suas necessidades fisiológicas, que muitas vezes são feitas no local, quando houver urgência intensa e repentina de evacuar. 

Afirmou que os condutores já mostraram essas preocupações às autoridades competentes, neste caso, à Câmara Municipal da Praia (CMP) mas que ainda não foi feito nada para colmatar essas situações.

Para além dessas preocupações, Manuel Gonçalves, um outro condutor de uma viatura no percurso Praia/Órgãos, mostrou-se também “preocupado” com o número de hiaces que infringem a lei de ficar na fila esperando a sua vez e apanham os passageiros na zona de Fazenda, principalmente no final da tarde, sem terem de recorrer à fila.

Assegurou que isto tem trazido “transtornos imensos" aos bolsos dos condutores da zona de Petcheco, uma vez que não conseguem fazer nem duas voltas por dia, devido à falta de passageiros.

Diante desta situação, apelou à autarquia, através da Polícia Municipal, a dar mais atenção a este assunto, para que todos possam fazer o seu trabalho da melhor forma, cumprindo a lei.

Quanto ao pedido da construção de uma casa de banho, realçou também que é uma preocupação de todos que labutam e procuram este espaço todos os dias, por isso considerou que é preciso intervenção nesta parte.

Já o condutor José Correia desabafou que trabalham à luz do sol e que almejavam que a edilidade local criasse condições também a nível da cobertura de uma parte do espaço com sombras para trabalharem com mais condições e dignidade.

De realçar que um ano após a inauguração da obra de requalificação e de asfaltagem da área circundante ao mercado do Sucupira, os hiacistas continuam à espera de uma decisão da edilidade praiense para regressarem ao terminal de origem.

 A Semana com Inforpress