O Presidente da República, José Maria Neves, assegurou hoje que o Estado cabo-verdiano prestará todas as homenagens ao Papa Francisco e que estará presente nas cerimónias fúnebres oficiais.
"O Papa é um chefe de Estado, nós vamos ver todas as homenagens aqui a nível do país, o Governo já anunciou um luto de dois dias a partir da meia-noite de hoje e, em princípio, o Presidente da República estará nas exéquias do Papa Francisco”, afirmou José Maria Neves, ao reagir à morte do Papa Francisco, hoje, aos 88 anos.
O chefe de Estado falava aos jornalistas, na manhã de hoje, à margem da visita guiada à hidrobase da Aéropostale, em Calheta de São Martinho.
Destacou a “profunda ligação” que o Papa Francisco manteve com Cabo Verde, sublinhando a importância do seu “legado humanista” e a “influência marcante” do seu pontificado na vida da Igreja e do mundo.
“O Papa Francisco era um grande amigo de Cabo Verde, havia relações especiais que o ligavam ao arquipélago, designadamente a comunidade cabo-verdiana em Buenos Aires, uma comunidade católica muito ligada à Igreja e muito ligada ao Papa, enquanto cardeal de Buenos Aires”, apontou.
Recordou ainda a figura do Negro Manuel, natural de Cabo Verde e residente na Argentina, que era um católico distinto e que o Papa quis fazer tudo para a sua beatificação, infelizmente não foi possível.
José Maria Neves realçou ainda que foi o Papa Francisco quem criou o primeiro cardeal cabo-verdiano, Dom Arlindo Furtado, evidenciando assim o apreço que tinha pela história e pelo contributo da Igreja Católica em Cabo Verde e na região africana.
Salientou ainda a visão universal do Papa Francisco, afirmando que “o Papa não é só da Igreja, é da humanidade”.
Enalteceu a sua luta incansável contra a pobreza e a exclusão social, bem como a sua determinação em enfrentar grandes desafios da actualidade, como as guerras, os movimentos migratórios, as alterações climáticas e os impactos das novas tecnologias, nomeadamente da inteligência artificial.
José Maria Neves descreveu o Papa Francisco como “um lutador incansável pela paz, pelo diálogo e pela dignidade da pessoa humana”, considerando que a sua partida deixa uma lacuna profunda e quase irreparável num mundo que precisa, mais do que nunca, de líderes de referência.
“Era um líder de referência para o mundo nestes tempos conturbados e perde-se assim uma grande voz da humanidade para que o mundo continue a viver em paz e ao serviço da humanidade”, concluiu o chefe de Estado.
O Papa Francisco morreu hoje, aos 88 anos, confirmou o Vaticano.
A Semana com Inforpress
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