O Presidente francês, Emmanuel Macron, nomeou esta terça-feira, 9 de Setembro, Sébastien Lecornu, ministro da Defesa cessante, como novo primeiro-ministro de França.
Segundo o comunicado do Palácio do Eliseu, Sébastien Lecornu terá como primeira missão consultar os partidos políticos representados no Parlamento, com o objectivo de "construir os acordos indispensáveis às decisões dos próximos meses".
A presidência francesa sublinhou que o novo chefe do governo foi encarregado de negociar com as forças políticas tendo em vista a aprovação do orçamento do Estado, uma das prioridades imediatas do Executivo.
«Na sequência dessas discussões, caberá ao novo Primeiro-Ministro propor ao Presidente da República a composição do novo Governo», acrescenta o Eliseu.
A nomeação de Sébastien Lecornu surge num contexto político marcado por divisões e pela necessidade urgente de criar consensos na Assembleia Nacional, onde o partido de Emmanuel Macron não detém maioria absoluta.
Críticas da oposição
A reacção da oposição não se fez esperar. Numa nota divulgada à imprensa, o Partido Socialista (PS) afirmou que Emmanuel Macron "assume o risco de uma legítima agitação social e do bloqueio institucional do país", marcado para hoje, 10 de Setembro.
O PS declarou que, "sem justiça social, fiscal e ecológica, sem medidas para o poder de compra, as mesmas causas produzirão os mesmos efeitos", sublinhando o risco de repetição dos erros políticos do passado recente.
Do lado da França Insubmissa (LFI), a crítica foi ainda mais dura. A líder parlamentar do partido, Mathilde Panot, considerou a nomeação "uma provocação", sobretudo por ter ocorrido na véspera das mobilizações sociais agendadas para esta quarta-feira.
A líder histórica do partido, Marine Le Pen, também criticou a nomeação, antecipando um impasse político:
"Este é um erro que levará inevitavelmente a futuras eleições legislativas", afirmou, prevendo uma dissolução como única saída para o bloqueio institucional.
Direita tradicional manifesta posição conciliatória
Por seu lado, a direita tradicional manifestou uma posição mais conciliatória. O presidente dos Republicanos (LR) e ministro do Interior cessante, Bruno Retailleau, declarou-se disponível para "encontrar acordos" com o novo primeiro-ministro, com vista à construção de uma "maioria nacional".
Gabriel Attal, secretário-geral do partido presidencial Renaissance e antigo primeiro-ministro, expressou publicamente o seu apoio a Sébastien Lecornu e formulou votos de sucesso na nova missão.
A Semana com RFI
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