Os 81 passageiros da CV Interilhas que viajavam no navio Dona Tututa, no percurso Santiago-São Vicente, estão retidos na Boa Vista sem informação e suporte desde às 04:00 da madrugada, horário em que chegaram a Sal Rei.
“Na metade do caminho o barco parou, até pensamos que já tínhamos chegado, mas não, foi uma avaria que tinha acontecido. Inclusive sentimos um estrondo e hoje percebemos que era uma peça que caiu, porque vimos um senhor a recolher, e era tão pesado que ele estava a empurrar com os pés”, afirmou Irineia Lima.
Em declarações à imprensa, Gil Vera-Cruz, um dos passageiros, conta que a viagem já começou com atrasos, pois estava previsto saírem às 14:00, e o navio só saiu às 18:00 horas.
“Foi um atraso de quatro horas, tivemos uma viagem exausta. Quando chegamos à Boa Vista os passageiros da ilha desceram e, claramente, as pessoas com destino ao Sal, São Nicolau e São Vicente acabaram por ficar aqui barrados”, afirmou.
O mesmo indicou que quando chegaram à ilha foram avisados de que houve uma “pequena avaria” no navio e seria disponibilizado estadia para que as pessoas das outras ilhas pudessem descansar.
“Mas até agora nada, estamos aqui todos sem acesso a água, descanso e alimentação, condições básicas do ser humano. E estamos a ver que a empresa CV Interilhas está a negligenciar o facto de estarmos sem o mínimo de direitos humanos”, indicou Gil Vera-Cruz.
Irineia Lima “Flor”, outra passageira, contou que a avaria começou a meio do caminho.
“Na metade do caminho o barco parou, até pensamos que já tínhamos chegado, mas não, foi uma avaria que tinha acontecido. Inclusive sentimos um estrondo e hoje percebemos que era uma peça que caiu, porque vimos um senhor a recolher, e era tão pesado que ele estava a empurrar com os pés”, afirmou Irineia Lima.
A passageira indicou que até agora não tiveram nenhuma “satisfação” da empresa, pelo que se sente humilhada com a situação.
“Estou revoltada e sinto-me humilhada. Eles nos enganaram que iam enviar um carro para nos levar para uma pensão, até agora nada desde as 09:00. E ainda falamos com eles e fazem ouvidos de mercador e simplesmente não dão uma satisfação como deve ser. Não estão a respeitar a nossa dignidade humana”, afirmou a mesma.
Irineia Lima informou que a única coisa que fizeram, mas depois de um bom tempo de terem chegado, ao verem as mães com crianças sentadas no chão encostados em contentores, foi chamar os passageiros com crianças para fazerem um “lanchinho”.
A imprensa esteve no porto de Sal Rei para tentar falar com os responsáveis, mas os mesmos deixaram ordens de “não permitir a entrada da comunicação social”.
A Semana com Inforpress
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