O chefe de Estado de Angola e presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, elogiou do domingo a vontade dos BRICS em “falar sobre o financiamento para o desenvolvimento de África e das infraestruturas”.
“Não posso deixar de dizer que as nações do Sul Global têm clamado ao longo de décadas pela sua inclusão na discussão e nas decisões que são tomadas a respeito da criação de fatores de desenvolvimento justos, equilibrados e capazes de atender as suas preocupações fundamentais, sem que tenham conseguido ser ouvidos plenamente”, disse João Lourenço, perante representantes de cerca de 30 países e de uma dezena de organizações internacionais, que se encontram na cidade brasileira do Rio de Janeiro para participar da XVII Cimeira de chefes de Estado e de Governo dos BRICS.
Agora, defendeu o Presidente angolano, África sente estar “diante de uma possibilidade real, ao nível dos BRICS e das suas instituições” de ser possível “falar sobre o financiamento para o desenvolvimento de África e das infraestruturas de que necessita, para corresponder mais cabalmente aos desafios que enfrenta”.
Os BRICS, sublinhou, podem ajudar a “transpor os obstáculos que condicionam a realização de projetos essenciais na área da agricultura, da saúde, da educação, da ciência e da tecnologia, da energia, dos transportes, das telecomunicações”.
Lula da Silva recebeu, no domingo, no Rio de Janeiro líderes dos BRICS para a cimeira anual do grupo, marcada pela ausência de presidentes como o russo, Vladimir Putin, e o chinês, Xi Jinping, numa cimeira que conta com cerca de 30 países representados e uma dezena de organizações internacionais e que decorre até segunda-feira.
Putin participa por videoconferência, após recusar o convite de Lula da Silva por estar sob mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional por alegados crimes cometidos durante a guerra na Ucrânia, e será representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov.
Mais surpreendente é a ausência de Xi Jinping da China, que tem sido um participante constante em cimeiras anteriores, e será substituído pelo primeiro-ministro Li Qiang.
A cimeira centrar-se-á em quatro temas principais: a reforma das organizações que regem a ordem internacional, a promoção do multilateralismo, a luta contra a fome e a pobreza e a promoção do desenvolvimento sustentável, num bloco que representa mais de 40% da população global e mais de 35% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
O grupo BRICS foi inicialmente formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e, desde o ano passado, conta com seis novos membros efetivos: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia.
A estes juntam-se, como membros associados, a Bielorrússia, a Bolívia, o Cazaquistão, Cuba, a Malásia, a Nigéria, a Tailândia, o Uganda, o Uzbequistão e o Vietname.
A Semana com Lusa
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