O Presidente da República afirmou hoje que o Papa Francisco deixa um "enorme legado" para a igreja e para a humanidade e que a sua abertura a todos marca um pontificado orientado para os mais pobres e os excluídos.
O chefe de Estado endereçou as suas sentidas condolências à Igreja Católica e aos familiares “deste grande Homem, que nos deixa eternamente gratos por tudo o que fez por nós”.
José Maria Neves fez estas afirmações quando reagia à morte do Papa Francisco, esta segunda-feira, aos 88 anos.
A abertura a “todos, todos, todos”, realçou o Presidente da República, marca um pontificado orientado para os mais pobres, os excluídos e os enormes desafios da contemporaneidade - guerras, mudanças climáticas, desigualdades, migrações e inteligência artificial.
“Tive a felicidade de encontrar-me com ele por três vezes, no Vaticano, numa das quais para falarmos sobre a Concordata que assinamos com a Santa Sé, em 2013, e, noutra, quando Dom Arlindo Furtado foi criado Cardeal, e aguardava com expectativa uma possível visita dele a Cabo Verde, mais ou menos assente, no quadro dos 500 anos da criação da Diocese de Santiago de Cabo Verde e dos 50 Anos da nossa Independência”, lembrou.
O chefe de Estado endereçou as suas sentidas condolências à Igreja Católica e aos familiares “deste grande Homem, que nos deixa eternamente gratos por tudo o que fez por nós”.
A 14 de Fevereiro, Francisco foi internado na Policlínica Gemelli, em Roma, devido à bronquite. Dias depois, Vaticano anunciou que o pontífice estava com uma infecção polimicrobiana do trato respiratório e, dias depois, com uma pneumonia bilateral.
Em 2024, Francisco passou também por algumas questões de saúde, com algumas gripes e infecções respiratórias a fazerem com que precisasse de ajuda para ler textos em audiências ou noutros eventos.
Jorge Mario Bergoglio nasceu a 17 de Dezembro de 1936, em Buenos Aires, capital da Argentina, e foi ordenado a 13 de Dezembro de 1969, durante os estudos na Faculdade de Teologia do colégio de São José, em São Miguel de Tucuman (norte da Argentina).
Em 1969, viajou para Espanha, onde cumpriu o seu terceiro período de preparação sacerdotal na Universidade de Alcalá de Henares, em Madrid. Em 1972, regressou à Argentina para ser professor de noviços na localidade de São Miguel de Tucuman.
Entre 1980 e 1986, desempenhou as funções de reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de São Miguel. Concluiu o doutoramento na Alemanha, e foi também confessor e diretor espiritual da Companhia de Jesus, em Córdova (Espanha).
A nomeação como bispo aconteceu a 20 de Maio de 1992, quando o Papa João Paulo II lhe confiou a diocese de Auca e o tornou bispo auxiliar da diocese de Buenos Aires.
Cinco anos mais tarde, em 1997, foi nomeado arcebispo coauditor de Buenos Aires e em 1998, depois da morte do arcebispo e cardeal Quarracino, subiu a arcebispo da capital argentina.
O cardeal argentino integrava a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, do Conselho pontifício para a Família e a Comissão Pontifícia para a América Latina. Foi presidente da conferência de bispos na Argentina, entre 8 de Novembro de 2005 e 8 de Novembro de 2011.
A 13 de Fevereiro de 2013, dias depois da renúncia de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o próximo Papa, após cinco votações, no quinto dia do conclave.
A escolha do jesuíta, na altura com 76 anos, acabou por surpreender os especialistas, já que não era dos mais novos do colégio cardinalício.
Além disso, foi eleito o primeiro papa latino-americano da História, facto comentado imediatamente por Francisco quando dirigiu as primeiras palavras enquanto Papa, a partir da varanda da Basílica de S. Pedro, no Vaticano.
A Semana com Inforpress
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