O Ministério Público anunciou a abertura de uma investigação após o descarrilamento do Elevador da Glória, que ligava a Praça do Rossio aos bairros do Bairro Alto e Príncipe Real, na capital portuguesa. O acidente causou 17 mortos e 21 feridos, sete dos quais em estado grave. Os feridos foram transferidos para vários hospitais da região de Lisboa, principalmente o hospital de Santa Maria e o São José. As causas da tragédia permanecem por apurar.
Todas as vítimas foram retiradas dos escombros do acidente, ocorrido pouco depois das 18h00, hora portuguesa (16:00 hora de Cabo Verde). Em declarações à imprensa, Tiago Augusto, chefe do serviço de urgência médica, confirmou que entre os feridos se encontravam cidadãos estrangeiros
O porta-voz adjunto do Ministério da Europa e dos Negócios Estrangeiros francês emitiu um comunicado no qual lamenta o "trágico acidente" e refere que "as autoridades portuguesas já nos informaram de que uma das nossas compatriotas figura entre os feridos".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, expressou em comunicado “profundo pesar pelo acidente ocorrido com o Elevador da Glória, em particular pelas vítimas mortais e pelos feridos graves, bem como pelos vários feridos ligeiros”. O chefe de Estado apresentou ainda “solidariedade às famílias afectadas” e afirmou esperar que “as causas da ocorrência sejam esclarecidas pelas entidades competentes”.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, descreveu o acidente como uma tragédia “que nunca aconteceu na nossa cidade”.
De acordo com a imprensa portuguesa, uma grande concentração de bombeiros, polícia e serviços médicos de emergência permaneceu no local durante toda a noite, na rua onde se encontrava o vagão, que caiu de lado e ficou gravemente danificado.
Em declarações ao canal de televisão SIC, uma testemunha relatou ter visto o elevador “descer a grande velocidade” pela encosta íngreme onde circula diariamente, antes de embater num edifício: “Bateu num edifício com uma força brutal e desabou como uma caixa de cartão, não tinha travões.”
O elevador, com capacidade para cerca de quarenta passageiros, é um dos meios de transporte mais procurados pelos turistas que visitam Lisboa. A empresa que gere os transportes públicos na capital, a Carris, reagiu de imediato, garantindo que “todos os protocolos de manutenção” haviam sido cumpridos, “nomeadamente a manutenção geral, realizada de quatro em quatro anos - a última em 2022 - e a manutenção intermédia, realizada de dois em dois anos, tendo a mais recente ocorrido em 2024”.
No local da tragédia, o presidente do conselho de administração da Carris, Pedro Bogas, reconheceu que a manutenção destes veículos tem sido assegurada, há 14 anos, por um prestador de serviços externo, sem prestar mais esclarecimentos.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou as condolências aos familiares das vítimas, em português, através da rede social X.
O Parlamento Europeu tem as bandeiras a meia haste em Bruxelas, Estrasburgo (França) e Lisboa, acompanhando o luto português após o acidente com o Elevador da Glória. A presidente da instituição, Roberta Metsola, divulgou nas redes socais que "o acidente trágico no Elevador da Glória abalou profundamente a Europa. O Parlamento Europeu acompanha Portugal no seu luto nacional, com as suas bandeiras a meia haste".
A Semana com RFI
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