Os preços das casas novas na China caíram em fevereiro pelo nono mês consecutivo, de acordo com dados oficiais divulgados hoje, indicando que o mercado continua a não responder às medidas de estímulo do governo.
Os preços nas principais 70 cidades da China caíram 0,4%, em relação ao mês anterior, segundo cálculos do jornal de Hong Kong South China Morning Post, com base nos números divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE), que já tinham mostrado uma queda idêntica em janeiro.
Entre as localidades referidas, 59 registaram reduções no preço das habitações novas, contra 56 em janeiro, enquanto no caso dos imóveis usados, o número manteve-se em 68.
De acordo com um relatório da consultora especializada CRIC, as vendas dos 100 maiores promotores imobiliários do país caíram 60% em fevereiro, em termos homólogos.
Os analistas do banco de investimento Goldman Sachs apontaram as cidades mais pequenas como as que enfrentam mais problemas no mercado imobiliário, devido a fatores como a fuga da população para zonas mais prósperas ou o excesso de oferta.
"Esperamos novas medidas de apoio ao setor imobiliário nos próximos meses, incluindo uma nova flexibilização das restrições à compra de habitação nas grandes cidades. No entanto, dada a persistente fraqueza nas cidades mais pequenas e dos promotores privados, estas medidas apenas conduziriam a uma recuperação em forma de "L"", observaram os analistas do banco de investimento.
Esta semana, a cidade de Hangzhou, capital da próspera província oriental de Zhejiang e uma das dez maiores cidades da China, levantou todas as restrições à compra de casas usadas, uma medida notável, dado que, de acordo com o portal de notícias de negócios Caixin, é um dos mercados imobiliários mais ativos do país.
Outro órgão local, o jornal Yicai, informou na quinta-feira que, embora muitas cidades tenham selecionado empreendimentos viáveis para recomendar aos bancos, visando facilitar a obtenção de financiamento adicional ao abrigo do novo mecanismo de "lista branca", introduzido pelas autoridades há menos de dois meses, os bancos continuam cautelosos na concessão de empréstimos às construtoras.
Até ao final de fevereiro, cerca de 280 localidades tinham incluído cerca de 6.000 empreendimentos neste mecanismo, tendo os empréstimos atingido o equivalente a cerca de 27,8 mil milhões de dólares (25,5 mil milhões de euros).
Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é precisamente a crise do setor imobiliário, cujo peso no PIB nacional - somando os fatores indiretos - foi estimado por diferentes analistas em cerca de 30%.
A Semana com Lusa
15 de Março de 2024
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