A técnica da Direcção Nacional do Ambiente Zofia Radwan revelou esta segunda-feira, durante um workshop, que aproximadamente 186 mil ninhos de tartarugas marinhas foram registados no país na última temporada de conservação das tartarugas marinhas.
A mesma fonte destacou avanços na monitorização e desafios persistentes no arquipélago.
Segundo a responsável, entre Junho e Novembro do último ano foram implementadas várias acções em colaboração com 15 organizações da sociedade civil, com o financiamento do Fundo do Ambiente.
As actividades abrangeram técnicas de mitigação da captura da espécie Caretta caretta, recolha de dados biométricos, patrulhamento noturno, acções de sensibilização em comunidades e escolas, e capacitação de técnicos e voluntários.
Os trabalhos de monitorização contaram ainda com o uso de novas tecnologias, como drones e câmaras de vigilância, especialmente na ilha da Boa Vista, o que permitiu identificar e proteger áreas críticas de nidificação.
De acordo com os dados apresentados, foram registados aproximadamente 186 mil ninhos de tartarugas marinhas ao longo do território nacional.
Zofia Radwan informou também que foram beneficiadas directamente mais de 26 mil pessoas, das quais 278 mulheres e 87 homens estiveram envolvidos nas actividades de protecção e monitorização.
Além disso, o programa contou com a participação de 36 voluntários nacionais e 25 internacionais, que contribuíram para reforçar as acções de conservação.
O orçamento global das intervenções ultrapassou os 128 milhões de escudos e permitiu cobrir praias de diferentes características geográficas e morfológicas, desde areia branca a areia negra, em diversas ilhas do arquipélago.
A técnica apontou ainda o envolvimento de parceiros como a Fundação TATA, a Behind the Mills Foundation, a PTI e o principal financiador nacional, o Jardim Zoológico do Reino Unido.
Relativamente aos resultados, as principais praias monitorizadas registaram uma estimativa de 17.150 tartarugas reprodutoras, sendo que cerca de 17 mil fizeram a sua primeira postura durante o ano.
Embora tenha havido uma variação nos números comparativamente aos anos anteriores, a tendência é de estabilidade na população.
A responsável destacou também os esforços de sensibilização e educação ambiental, com actividades como jogos educativos, produção de materiais pedagógicos e libertação de crias para o mar.
Segundo Zofia Radwan, é essencial continuar a apostar na mobilização comunitária e na valorização dos ecossistemas marinhos para garantir a proteção duradoura da espécie.
O workshop foi promovido pela Direção Nacional do Ambiente para assinalar o Dia Mundial da Tartaruga Marinha, celebrado anualmente a 16 de Junho, e visou refletir sobre a importância da conservação desta espécie ameaçada e partilhar os resultados dos trabalhos realizados em Cabo Verde.
A Semnana com Inforpress
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