Mães e pais de Sal Rei e Rabil uniram-se hoje para exigir direitos dos filhos após completarem duas semanas sem aulas devido à paralisação, desde o dia 09, pelos professores transferidos que estão sem salário e nomeação no B.O.
Sónia Almeida, de Rabil, afirmou estar descontente com o Ministério da Educação devido a esses 15 dias que o filho está em casa, sendo que, considerou, a “situação já está grave no país com crianças na rua”, e com a aproximação dos testes quer uma satisfação do que vão fazer porque ela diz não saber.
A mesma diz não ser contra os professores fazerem sua greve, porque ela também não trabalha sem receber, mas diz estar descontente com o ministério, pelo que pediu que revisem o sector da educação, em todo o País.
Para Maísa Morais, também de Rabil, essas duas semanas sem aulas foram “terríveis”, pelo que necessitam que o ministério resolva esse problema o mais rápido possível e porque as crianças precisam voltar já para as aulas, e certamente as notas da filha, que diz serem “boas”, vão baixar depois disso.
A mesma fonte afirmou que na escola ninguém sabe dizer nada, pelo que pede ao ministério que resolva a situação porque as crianças precisam de aulas e ser educadas. Ademais sustentou que, com o trabalho e limitações em casa, os pais não conseguem ensinar como os professores, que “são heróis”, pelo que pede a resolução da situação dos docentes.
Por seu turno, Ronice Moreira, de Sal Rei, afirmou que o que querem salvaguardar é o direito das suas crianças à educação que está no artigo 77 da Constituição.
Relembrou que os pais são obrigados pela lei a colocar as crianças na escola, e que agora são eles que questionam o porquê do Governo e autoridades não fazerem nada para que os seus filhos assistam às aulas de forma digna.
Por isso decidiram juntar-se aos professores e gritar, porque já viram que estão com as “mãos atadas” e “não é agradável” ver os seus filhos em casa sem aulas. Aproveitaram para perguntar à tutela da educação se é esse o futuro que querem para o país, porque a escola é a única arma para combater o analfabetismo e a pobreza.
Isilda Varela, de Sal Rei, que é mãe e professora, disse que além das disciplinas paralisadas, a filha também está sem aulas de TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), porque a anterior professora foi colocada no liceu, e diz que a sua maior preocupação é porque não está vendo quando é que o ministério vai resolver a situação.
A mesma diz que entende os colegas que querem resolver a sua situação, mas no final do ano lectivo não sabe como vai ser por causa das aulas.
Pediu ao Governo que antes dos seus interesses, pensem nas crianças que são o foco e nos pais com problemas, porque “já está claro que o ministério não pensa nos professores”.
O grupo de mais de 20 professores transferidos de diversas ilhas do país para dar aulas na Boa Vista iniciou a paralisação das aulas na passada quarta-feira, 09 de Outubro, e promete manter o boicote até o Ministério da Educação regularizar esta situação.
Segundo a delegada de Educação da ilha, Risandra Gabriel, que se encontra na cidade da Praia, a situação já é do conhecimento dos serviços centrais da tutela, e tem-se estado em “contacto permanente”, e a trabalhar para efectivação do pagamento dos salários em atraso o mais breve possível.
A mesma informou que para os alunos que estão em casa será trabalhado juntamente com a DNE um plano de recuperação, e esperam ter a situação resolvida com brevidade e estabelecida a normalidade das aulas.
A Semana com Inforpress
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