“Vai estrear no dia 17 de Maio no Festival Internacional Teatro do Alentejo, em Beja, e depois o dia 18 estará em Serpa, também no âmbito do mesmo festival. Nos dias 22 e 23 de Maio vai estar no Fitei [Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica], que é um dos principais festivais de teatro portugueses no Porto e depois vai andar por vários lugares, sendo que aqui em Lisboa será em Setembro e Cabo Verde em Novembro, no âmbito do Mindelact”, contou à Inforpress, em Lisboa.
O actor, encenador e professor de teatro indicou que a peça de teatro “Dona Pura e os Camaradas de Abril”, fruto da adaptação da obra do escritor cabo-verdiano, Germano Almeida, com o mesmo nome, é a segunda criação original do Saaraci Coletivo Teatral.
Depois do projecto que está a ser desenvolvido em Portugal desde Maio de 2023, segundo João Branco, “Saaraci” é uma homenagem à artista Luísa Queiroz e ao seu livro “Saaraci, o Último Gafanhoto do Deserto”, que também deu origem à primeira produção do colectivo.
O director ressaltou a importância de manter a identidade cabo-verdiana em todas as produções do grupo, destacando que a equipa é maioritariamente composta por artistas cabo-verdianos, no entanto, também valoriza a diversidade, como evidenciado pela participação do actor português Pedro Lamares nesta peça, cuja história se entrelaça com a cultura cabo-verdiana.
“Nós somos um grupo de teatro sediado em Portugal, mas que carrega a bandeira cabo-verdiana (...) na verdade, nós somos um grupo de teatro cabo-verdiano na diáspora, como existem grupos de música, como existem grupos de dança, como existem outros tipos, géneros de associações, ou seja, as nossas equipas são cabo-verdianas e os actores são cabo-verdianos”, enfatizou.
A música da peça é assinada por Mário Lúcio Souza, conforme o responsável, indicando que “Dona Pura e os Camaradas de Abril” é o primeiro capítulo de uma trilogia dedicada ao que João Branco denomina como “25 de Abril crioulo”, explorando as diversas formas como este evento histórico influenciou Cabo Verde e vice-versa.
Os próximos espetáculos prometem abordar esta temática de maneiras diversas, incluindo teatro-dança e teatro-música, sempre mantendo a identidade cultural cabo-verdiana como pilar central do projecto.
“E todos os espectáculos que nós fazemos e que iremos fazer no futuro têm esta identidade cultural, têm esta matriz cénica que foi gerada em Cabo Verde, onde fiz toda a minha carreira. O que eu sou enquanto homem de teatro, é de cabo-verde. Não posso, de repente, só porque atravessei o Oceano Atlântico, ser outro artista, outra pessoa e mudar a minha identidade do pé para a mão”, frisou.
A característica da trilogia é que o primeiro é um espetáculo “teatro-teatro”, com a “Dona Pura e os camaradas de Abril”, o segundo será um espectáculo de “teatro-dança”, como o nome “Cabral Corpo”, com a encenação da Sara Estrela e dramaturgia do Filinto Elísio, e o terceiro será um espectáculo de “teatro-música,” utilizando textos revolucionários de referência da época, mas trazendo-os para os diferentes crioulos de Guiné e de Cabo Verde.
A Semana com Inforpress
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