O líder israelita, que chegou ao Palácio Apostólico rodeado por grandes medidas de segurança, também vai visitar a Biblioteca e o Arquivo do Vaticano antes de regressar a Israel, à tarde, indicou a agência de notícias espanhola EFE.
O gabinete de Herzog disse antes da reunião que as conversas se deviam concentrar nos esforços para libertar os reféns israelitas detidos em Gaza, combater o antissemitismo globalmente e proteger as comunidades cristãs no Médio Oriente.
A presidência israelita disse que a visita ocorreu “a convite do Papa”, mas o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, deu a entender que a iniciativa partiu de Herzog.
“É prática da Santa Sé conceder pedidos de audiência dirigidos ao Papa por chefes de Estado e de governo, não é prática convidá-los”, disse Bruni num comunicado na terça-feira, de acordo com a agência norte-americana Associated Press (AP).
O papel do Presidente de Israel é em grande parte cerimonial.
Herzog, de 64 anos, antigo líder do Partido Trabalhista, tem apelado à unidade e ao compromisso desde que assumiu o cargo, em julho de 2021.
Em maio, na cerimónia que assinalou o início do pontificado de Leão XIV, Herzog agradeceu ao Papa o apelo ao regresso imediato dos reféns retidos na Faixa de Gaza pelo grupo islamita palestiniano Hamas.
O Hamas fez 251 reféns a 7 de outubro de 2023, no ataque em Israel que também matou cerca de 1.200 pessoas e desencadeou a guerra em curso em Gaza, onde as forças israelitas mataram mais de 63.700 palestinianos.
A maioria dos reféns foi libertada durante cessar-fogos anteriores ou outros acordos de troca de prisioneiros palestinianos, e as forças israelitas resgataram oito com vida.
Dos 50 que ainda estão em Gaza, as autoridades israelitas acreditam que cerca de 20 ainda estejam vivos.
O Vaticano tentou manter a tradição de neutralidade diplomática durante toda a guerra, apelando ao regresso dos reféns e denunciando os ataques de Israel contra civis em Gaza.
Israel nega a acusação de genocídio, afirmando que apenas tem como alvo militantes e toma medidas para poupar civis.
As forças israelitas culpam o Hamas pela morte de civis, alegando que os militantes do grupo e de outras organizações extremistas operam em áreas densamente povoadas.
Leão, o primeiro norte-americano a ser eleito papa, continuou a linha dura de Francisco.
Apelou à libertação dos reféns, mas exigiu que Israel parasse com a “punição coletiva” e a deslocação forçada de palestinianos em Gaza.
Na semana passada, o ex-missionário de 69 anos apelou a um cessar-fogo permanente, à entrada segura de ajuda humanitária e ao pleno respeito do direito humanitário, acrescentou a AP.
A Semana com Observador/Lusa
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