Tal ambiente atmosférico, que durou durante toda a cerimónia de sepultura do corpo do ex-treinador da selecção de Cabo Verde de futebol de sub-17, não deixou indiferente as largas centenas de pessoas que o acompanharam à sua última morada.

“Uma boa alma abençoada pela chuva e por Deus”, lançou um amigo, também ele treinador, que, com lágrimas dos olhos, se despedia de uma “alma pura”, no cemitério, debaixo de uma chuva mansa, “colorida” com um arco-íris.

No elogio fúnebre, entre lágrimas e aplausos, muitos aplausos, em nome da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), o vice-presidente Fernando Fermino enalteceu o legado e humildade de Djodje, “um homem do Mindelo ao Mundo”, como o definiu a mesma fonte.

Ademais, continuou, Djodje, “um defensor nato do futebol de formação”, deixa um “legado enorme” e “trabalho feito” no futebol de formação, “a sua grande paixão”.

Não faltaram, na ocasião, palavras de ex-pupilos e familiares, de elogio e agradecimento a Djodje, 55 anos, que faleceu na madrugada de segunda-feira, 25, no Hospital Baptista de Sousa, onde dera entrada no sábado, 23, após se sentir mal em casa.

Um mês antes, em Dili, Timor-Leste, Djodje tinha levado a selecção de sub-17 de Cabo Verde, em futebol, à maior proeza do futebol cabo-verdiano, quando liderou a equipa que conquistou, no dia 26 de Julho, a medalha de ouro no torneio dos XII Jogos Desportivos da CPLP, ao vencer Angola por 4-3, nas grandes penalidades, após empate a um golo no tempo regulamentar.

Antes, sob comando de Djodje, a selecção de sub-17 tinha conquistado a medalha de bronze em Luanda (Angola), em 2014, e medalha de prata, em 2016, em São Tomé e Príncipe.

Referência no futebol juvenil de São Vicente, ilha que o viu nascer em Setembro de 1969, e de Cabo Verde, Djodje liderou o departamento de futebol juvenil do Batuque Futebol Clube por vários anos, onde conquistou oito títulos regionais e três nacionais.

Como treinador do futebol sénior, Djodje liderou os clubes Corinthians e Castilho.

A Semana com Inforpress