João Baptista Pereira falava à comunicação social, na cidade da Praia, durante o balanço das jornadas parlamentares do grupo parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), sobre as principais questões debatidas nas jornadas preparatórias, com especial foco no debate sobre o Estado da Nação, marcado para o dia 31.

Às vésperas do debate, o líder parlamentar criticou o Governo, acusando-o de “não cumprir as promessas” e de “conduzir o país ao retrocesso”, destacando falhas em áreas-chave como a saúde, os rendimentos, a segurança e a mobilização de água.

“Manter este Governo no poder é ver Cabo Verde retroceder e, consequentemente, continuaremos a sofrer, a juventude continuará a emigrar para o estrangeiro, vivendo uma situação infeliz na sua própria terra, que não lhe oferece condições nem oportunidades para viver”, afirmou João Baptista.

O líder parlamentar recordou que o Governo prometeu duplicar o rendimento dos cabo-verdianos em dois mandatos e aumentar os salários e as pensões em cerca de 1% ao ano, pelo que, até ao momento, os cabo-verdianos deveriam estar a ganhar pelo menos 10% mais do que em 2015.

Relativamente aos transportes no país, João Baptista abordou a situação dos transportes inter-ilhas, apontando falhas no sistema e falta de conectividade.

“Em 2015, o país estava interligado entre as ilhas, com uma operadora, a TACV, que fazia essas ligações, incluindo a conexão com a diáspora na Europa, África, Estados Unidos e Brasil. Hoje, a situação é aquela que os cabo-verdianos conhecem”, criticou.

A questão da saúde foi “outro ponto crítico” destacado pelo líder parlamentar, que referiu que o Governo prometeu uma “saúde de qualidade”, sem listas de espera nos hospitais, e a criação de um hospital de referência para Cabo Verde.

No entanto, considerou, estas promessas “são mais uma manobra para enganar” os cabo-verdianos.

João Baptista criticou ainda a situação do país em infraestruturas físicas, falta de recursos humanos, carência de medicamentos e longas listas de espera para transferências de doentes.

Na área da segurança, acusou o Governo 

de ter prometido tolerância zero em 2015, mas lamentou que apenas uma minoria dos cabo-verdianos acredita que a polícia funciona para resolver os seus problemas.

A Semana com Inforpress