O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro convocou esta segunda-feira manifestações em todo o Brasil para dia 16 de março contra o atual chefe de Estado, Lula da Silva, e pela amnistia dos seus apoiantes que vandalizaram Brasília em 2023.
O líder de extrema-direita brasileira participará de um desses protestos na praia de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, segundo um vídeo publicado pelo próprio nas redes sociais.
"Nossa pauta: liberdade de expressão, segurança, custo de vida, Lula fora em 2026 e amnistia agora. Eu Silas Malafaia (um pastor protestante) e outras lideranças estaremos em Copacabana, Rio de Janeiro", disse Bolsonaro.
A convocação de protestos acontece num momento delicado para o atual Governo brasileiro, que lida com queda nos índices de popularidade, ataques de opositores que propagam informações falsas sobre algumas propostas económicas e a inflação que aumentou o custo dos alimentos no Brasil.
O político brasileiro, que responde em vários processos judiciais, entre eles um de indiciamento apresentado pela polícia que o acusa de ter participado de uma tentativa de golpe de Estado para permanecer no poder após a derrota eleitoral em 2022, tem-se mobilizado em defesa da aprovação de uma amnistia para os seus apoiantes que foram condenados pelo ataque às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 08 de janeiro de 2023.
Naquele dia, milhares de ‘bolsonaristas’ invadiram e vandalizaram os prédios do Supremo Tribunal Federal, o Parlamento e o Palácio do Planalto (sede do Executivo), numa tentativa de criar o caos e incentivar os militares a derrubar o Governo Lula da Silva, que havia acabado de assumir o poder.
A Justiça brasileira já condenou 374 pessoas pelo episódio, no qual Bolsonaro consta como investigado por incentivar os seus seguidores.
O ex-presidente também é suspeito de planear um golpe juntamente com militares de alta patente e ex-ministros, entre outros casos.
Bolsonaro teve os seus direitos políticos cassados em 2023 por semear suspeitas sobre o processo eleitoral brasileiro numa reunião com embaixadores estrangeiros antes das presidenciais de 2022.
Políticos que o apoiam têm-se mobilizado em várias frentes no Congresso nos últimos meses para reverter a sua ilegibilidade, sendo a ação mais recente a articulação de mudanças numa legislação que proíbe candidaturas de pessoas condenadas pela Justiça, chamada de ‘lei da ficha limpa’.
A Semana com Lusa
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