O embaixador de Cabo Verde em Portugal reafirmou o compromisso da embaixada em acompanhar a investigação sobre a morte do cabo-verdiano Odair Moniz, ocorrida em Outubro último, no bairro da Cova da Moura, reiterando confiança na justiça portuguesa.
Segundo Eurico Monteiro, a embaixada financiou a assistência jurídica para a família da vítima, em particular para a viúva, como forma de garantir o acompanhamento técnico e humano do caso.
“Além de prestar conforto e apoio técnico à família, este acompanhamento permite obter informações mais verídicas sobre o processo”, explicou o embaixador, destacando que o caso encontra-se ainda em fase de segredo de justiça.
Conforme ele, por estar no segredo de justiça, acaba por limitar o acesso total às informações, no entanto, salientou que as notícias vindas a público indicam que a investigação tem sido conduzida com rigor.
“A Polícia Judiciária já concluiu a sua primeira fase de investigação, que agora está nas mãos do Ministério Público para as promoções necessárias. A amplitude da investigação oferece garantias da sua seriedade”, afirmou.
Questionado sobre a rapidez com que o processo avançou, o embaixador reconheceu que o contexto social de grande preocupação pode ter influenciado o ritmo da investigação.
“É natural que, perante a pressão social, as autoridades imprimam um ritmo mais célere. No entanto, confiamos na justiça portuguesa e esperamos que cumpra o seu papel”, acrescentou.
O caso do cabo-verdiano Odair Moniz, 43 anos, residente no bairro de Zambujal, no concelho da Amadora, que foi baleado por um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP), desencadeou manifestações e tensões sociais em Lisboa e em outras localidades da Área Metropolitana, tendo o Movimento Vida Justa organizado uma marcha com milhares de pessoas para exigir justiça.
A ministra da Administração Interna de Portugal, Margarida Blasco, já havia confirmado, a 15 de Janeiro, que ainda decorrem inquéritos no Ministério Público e na Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) para apurar responsabilidades criminais e disciplinares.
Em audição parlamentar, a governante lamentou a morte de Odair Moniz e reforçou que o caso não pode ser associado aos episódios de violência urbana que se seguiram.
A Semana com Inforpress
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