O escritor José Luiz Tavares afirmou hoje que o Ministério da Educação “não tem competência orgânica” para a realização de um acto de padronização linguística.
“Tal competência é do Ministério da Cultura, que resolveu que a melhor tática é permanecer mudo até que a borrasca passe”, esclareceu o escritor, em entrevista à Inforpress a propósito de uma providencia cautelar que vai interpor, ainda esta semana, para a suspensão do uso do manual do 10.º ano de Língua e Cultura Cabo-verdiana.
À Inforpress, o poeta explicou que, além do “atropelo de todos os comandos legais” sobre a língua cabo-verdiana, há ainda a “incompetência orgânica do Ministério da Educação para a realização de um acto de padronização linguística, ainda que encapotada", pois que “as mentes engendradoras de tal façanha, apesar das evidências em contrário, juram por este mundo e pelo outro que não se trata de tal coisa”.
“Portanto, o ministro Amadeu Cruz tem duas opções: uma sensata, que é suspender e mandar refazer o manual, extirpando a montanha de ilegalidade e anticientificidade, que é a tal (anti)norma pandialetal”, lançou, ou insistir nesse projecto “bairrista e divisionista”, com vista “à eliminação” da matriz histórica da língua cabo-verdiana.
E, então, continuou, arcar com as consequências cíveis e penais, que irá pedir ao tribunal, e que se averigue se as houver, para além das políticas, que, “estranhamente ninguém neste país assaca ao ministro”, finalizou.
A Semana com Inforpress
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