A China denunciou hoje o “absurdo total” das alegações feitas pelos Estados Unidos, que impuseram sanções a novas empresas chinesas acusadas de lucrar com o alegado trabalho forçado de membros da minoria étnica de origem muçulmana uigur.
Os uigures são o principal grupo étnico de Xinjiang (noroeste da China), uma região há muito atingida por ataques sangrentos atribuídos pelas autoridades a islamistas e separatistas.
Em nome da luta antiterrorista, a China lançou uma vasta campanha de segurança neste território. Segundo organizações de defesa dos Direitos Humanos, os uigures são vítimas de trabalhos forçados.
Na terça-feira, os Estados Unidos anunciaram novas restrições comerciais contra 37 empresas chinesas, principalmente nos setores dos têxteis, da energia e dos minerais críticos. Estas empresas são acusadas de violações dos direitos humanos, nomeadamente contra os uigures.
“Estas acusações de trabalho forçado são completamente absurdas. Os Estados Unidos fabricaram e implementaram leis maliciosas sobre Xinjiang com base em mentiras”, disse Guo Jiakun, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
“Tudo isto é feito com o objetivo de interferir nos assuntos internos da China, prejudicar os interesses da China e travar e reprimir o desenvolvimento da China”, disse Guo Jiakun em conferência de imprensa.
Uma lei aprovada pelo Congresso dos EUA em dezembro de 2021 proíbe todas as importações de produtos de Xinjiang, a menos que as empresas da região possam provar que a sua produção não envolve trabalho forçado.
Estas restrições exigem que as empresas norte-americanas sejam titulares de uma licença se pretenderem vender produtos às empresas visadas e proíbem estas últimas de exportar para os Estados Unidos, quer direta quer indiretamente.
Na sequência do novo aditamento, a lista dos Estados Unidos inclui agora 144 empresas.
A maioria das empresas visadas são empresas têxteis especializadas no cultivo e produção de algodão, uma das principais matérias-primas de Xinjiang.
“A China adotará medidas firmes para salvaguardar resolutamente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”, afirmou Guo Jiakun.
Pequim é também acusada, desde há vários anos, de internar mais de um milhão de uigures e membros de outras minorias muçulmanas em Xinjiang.
A China nega este número e refere-se a “centros de formação profissional” destinados a combater a radicalização islâmica.
A Semana com Lusa
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