A Compal e a Ficase realizaram hoje um conjunto de actividades com vista a promover a importância de uma alimentação equilibrada e saudável, no âmbito do Dia Mundial da Alimentação e do Dia do Compal.

O evento decorreu na Escola Maria de Fátima Correia Baessa, em Santa Cruz, envolvendo toda a comunidade educativa e outros parceiros, com destaque para a participação de 638 alunos do 1º ao 7º ano de escolaridade, que, além de uma palestra de nutrição, tiveram a oportunidade de fazer uma visita guiada à escola, campanha de plantação de árvores frutíferas, actividades lúdicas, e um almoço.

No seu discurso, Luís Marques, director de Mercados de Exportação da Sumol Compal, destacou que a alimentação é dos factores que “mais impacta no aproveitamento escolar dos alunos”, reforçando que “ensinar a comer é educar as gerações mais jovens e investir no seu futuro”.

Este dirigente falou das obras de reabilitação que foram realizadas nesta escola, feitas pela Compal, um investimento de cerca de 32.500 euros (3.582,800 escudos cabo-verdianos), que inclui a pintura de salas de aula, criação de um espaço lúdico e melhorias no campo de jogos.

A ideia é criar um ambiente escolar ainda mais positivo, o que acaba por combater o abandono escolar precoce no país, acredita o esponsávels.

Realçou ainda que o Dia Compal acontece sempre no Dia Mundial da Alimentação e promove o desenvolvimento de hábitos de vida saudável, em que ao longo dos últimos 16 anos já impactou mais de 32 mil crianças em Cabo Verde através da distribuição anual de 2.000 kits escolares (mochilas e cadernos) e 22 bolsas de estudo.

Por seu turno, o presidente da Ficase, Adilson Freire, enalteceu a importância deste evento e neste dia, que promove um ambiente que permite que os participantes absorvam hábitos saudáveis, especialmente relacionados à alimentação, que influenciam directamente no aprendizado escolar.

Neste sentido, enfatizou a necessidade de boas práticas alimentares como base para o desenvolvimento educacional, sugerindo que isso deve ser transmitido também para as famílias.

No quadro das acções da Ficase, Adilson Freire sublinhou que a instituição tem trabalhado para garantir a igualdade de acesso e oportunidade, desenvolvendo um conjunto de acções que garantam o sucesso e a qualidade do processo em si e a aprendizagem, materializados em diversos programas socioeducativos.

Para a materialização desses programas, disse, além do Orçamento do Estado, conta também com o apoio de diversos parceiros nacionais e internacionais.

Este evento, que decorreu sob o lema “Estudar é mesmo natural”, mereceu uma avaliação positiva por parte da direcção da escola, mas também da comunidade e do pároco local, o padre Martinho Mulato.

O sacerdote considerou que comemorar o Dia Mundial da Alimentação vai mudar o pensamento das pessoas, até as crianças que apresentavam pouca vontade de ir à escola, mas que ganharam entusiamos quando perceram que havia empresa a apoiá-las.

Sobre o abandono escolar, apontou-se dados da FICASE, que num universo de 130 mil alunos que ingressaram no sistema de ensino, básico e secundário, no ano lectivo 2021/22, uma franja de 0,9 por cento (%) abandonou o ensino básico e 1,5% o ensino secundário.

No ensino básico, os abandonos foram notificados no 6º (0,1%), 7º (0,2%) e 8º ano (0,3%) de escolaridade. Já no ensino secundário, o 12º ano de escolaridade teve a maior percentagem (2%), enquanto o 9º ano teve o menor registo (1%). No 10º ano, 1,5% dos estudantes abandonaram os estudos e no 11º ano, 1,8%.

No ano lectivo seguinte (2022-2023), a taxa de abandono escolar sofreu um aumento, que o próprio Ministério da Educação classificou de “preocupante”, tanto a nível do ensino básico como do secundário.

 “A taxa de abandono aumentou em cerca de 0,5% nos dois níveis de ensino”, contabilizou, na altura, o diretor nacional da Educação, Adriano Moreno.

Dos 0,9% no ano lectivo anterior, em 2022/23 a taxa de abandono escolar no ensino básico passou a 1,5%, enquanto no ensino secundário, saltou de 1,5% para 1,7%.

Essas taxas indicam ainda alguma assimetria regional, quando, de acordo com Adriano Moreno, esse aumento está relacionado com alguns concelhos que apresentam taxas muito elevadas. É o caso de Santa Catarina do Fogo (6%) ao nível do secundário, São Domingos (quase 5%) e São Salvador do Mundo.

A Semana com Inforpress